Os alunos portugueses são os que têm mais aulas de matemática no 1.º ciclo, segundo um estudo europeu, que indica que em Portugal as escolas são obrigadas a dar 252 horas anuais daquela disciplina.

Os números são da rede europeia de informação sobre educação, a Eurydice, que hoje divulgou um relatório onde compara os tempos de aulas obrigatórias em cada um dos 28 estados membros da União Europeia assim como a situação na Islândia, Liechtenstein, Montenegro, Noruega, Sérvia e Turquia.

Em Portugal, os alunos do 1.º ciclo têm exatamente o mesmo tempo letivo mínimo de horas dedicadas à matemática e à língua portuguesa (leitura, escrita e literatura): 252 horas anuais.

Comparando com os restantes países europeus, os portugueses surgem como os que têm mais horas de matemática no 1.º ciclo, seguindo-se os franceses e os malteses (180 horas anuais).

Já no que toca à leitura, escrita e literatura, Portugal surge em terceiro lugar, apenas ultrapassado pela França e Dinamarca (onde os alunos têm, em média, mais de 300 horas anuais daquelas matérias).

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Portugal e a Sérvia são os únicos países europeus onde os alunos mais pequenos gastam exatamente o mesmo tempo a trabalhar a leitura, escrita e literatura e a matemática, revela o estudo.

Uma realidade que contrasta com a grande maioria dos países europeus, onde os alunos dedicam mais tempo à leitura, escrita e literatura do que à matemática.

Ao estabelecer um mínimo de 810 horas de aulas por ano, o currículo do 1.º ciclo em Portugal colocando estes alunos entre os jovens europeus com maior carga horária letiva.

Portugal surge assim em 8.º lugar no conjunto dos países onde os alunos têm mais horas de aulas (antes aparece apenas a Dinamarca, Irlanda, Itália, França, Malta, Bélgica e Grécia, todos países onde os estudantes têm mais de 840 horas anuais).

Tal como a português e matemática, também o número de horas dedicadas às ciências, estudos sociais, educação física e artes são equivalentes: apenas 54 no 1.º ciclo.

No caso do desporto, o currículo dos alunos nunca exige mais de 100 horas anuais ao longo do seu percurso escolar, sendo o ano mais intenso o 10.º quando passam a ter 90 horas.

O relatório da Eurydice recorda a meta do Conselho da União Europeia de, em 2010, a proporção de jovens de 15 anos com baixo desempenho em leitura, matemática e ciências passar a ser inferior a 15%.