Um tribunal irlandês condenou três empresas portuguesas a pagarem 1,5 milhões de euros, mais juros, a 27 trabalhadores portugueses contratados para trabalhar na construção de uma autoestrada de um consórcio irlandês, do qual faz parte a Mota-Engil.

As empresas Amândio Carvalho SA, Rosas Construtores SA e Gabriel Couto SA., já tinham sido condenadas por falsificação de documentos e exploração dos trabalhadores em fevereiro e veem agora a sentença confirmada.

Segundo a televisão irlandesa, a justiça daquele país considerou que estas três empresas – que subcontratavam trabalhadores para o consórcio Rac Eire Partnership – do qual a Mota-Engil faz parte -, “sistemática e deliberadamente” registaram e pagaram menos horas aos trabalhadores, que as efetivamente trabalhadas por estes.

Para além do pagamento inferior ao estabelecido nos contratos, a empresa terá ainda deduzido cerca de 17,50 euros por dia (cerca de 520 euros por mês) nos ordenados destes trabalhadores para pagar pela sua acomodação. Esta acomodação, diz o juiz irlandês, tem padrões “deploráveis, e mesmo perigosos”, com instalações sanitárias “abaixo da média e inadequadas”, sem água potável.

A justiça disse que o local, onde cerca de 150 trabalhadores viveram durante 12 meses, era um “campo de trabalhos” composto com prefabricados inaceitáveis.

As empresas deduziam, para além dos 17,5 euros diários pela acomodação, ainda mais 3,75 euros pelos serviços de lavandaria, algo que a justiça considerou inaceitável.

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