O perfil médio de escolaridade dos portugueses adultos é “bastante baixo” quando comparado com o dos restantes países da Europa e mesmo assim os que procuram melhorar qualificações são uma minoria, indica um estudo que é divulgado, esta quarta-feira, em Lisboa.

O estudo, com o objetivo de aprofundar o conhecimento da importância social da educação em Portugal, envolveu 1.201 entrevistas com pessoas (maiores de 18 anos) de todo o país, a maioria (63%) com escolaridade inferior ao 9.º ano.

Das conclusões salienta-se que só uma minoria dos entrevistados procura melhorar as qualificações ao longo da vida, sendo os mais escolarizados os que também mais procuram aumentar o nível na educação.

“Apenas 13% dos inquiridos com escolaridade até ao nível básico 2 o fizeram”, uma percentagem que sobe para 30% para os mais escolarizados, indica-se no documento.

Apesar de grande parte dos inquiridos (62%) dizer que gostaria de ter mais estudos, só 28% tem intenção de voltar a estudar. Com o aumento da idade “diminui acentuadamente” a intenção de voltar à escola, conclui-se também.

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Na área da educação, formação e vida profissional mais de 80% dos inquiridos respondeu que considera útil os estudos obtidos e 68% disse que as qualificações escolares eram suficientes (atendendo ao trabalho que fazem), com os restantes a dizerem que esse estudos ou eram superiores ou inferiores ao que necessitavam. A maioria (67%) disse que os estudos eram suficientes para permitir progressão profissional.

O estudo, EDULOG, Think Tank da Educação, da Fundação Belmiro de Azevedo, analisa a relação família e escola e conclui que quanto mais baixo é o nível de ensino dos pais mais probabilidade há de os filhos terem reprovado.

“Observa-se uma relação muito acentuada entre a escolaridade e a ajuda prestada pelos pais nas atividades da escola. Mais de 90% dos pais com ensino superior declara ajudar habitualmente os filhos nas atividades escolares”, mas “apenas 21% dos inquiridos com escolaridade até ao básico 1 declaram ajudar os filhos nessas atividades”, um terço a assumir que não o faz porque não consegue.

Mais de 80% dos inquiridos deu grande importância à educação, não só para melhor compreender o mundo mas também como fator decisivo na área profissional, mas ainda assim 52% considerou que se atribui hoje demasiada importância à educação e à escola.

O estudo sobre o valor atribuído pelos portugueses à educação foi conduzido por Patrícia Ávilla, do ISCTE (Universidade), e por Carlos Liz, da IPOS APEME (empresa de análise e estudo de mercados).

O estudo é apresentado no Convento do Beato, em Lisboa.