Foi à Rolling Stone que Ron Howard revelou que, aos nove anos de idade, pediu como prenda de aniversário uma peruca dos Fab Four. No dia 1 de março de 1964, o desejo foi realizado: “Foi o que ganhei: a peruca dos Beatles dos meus sonhos”. Agora, o realizador com um Óscar no currículo, tem muito mais em mãos: vai realizar um novo documentário oficial sobre a banda britânica, que será produzido com a total cooperação dos membros sobreviventes do grupo, Paul McCartney e Ringo Starr, mas também Yoko Ono Lennon e Olivia Harrison, viúvas de John Lennon e George Harrison, respetivamente.

O filme, ainda sem título e que deve sair no final de 2015, vai focar-se nos anos durante os quais a banda esteve em tournée. Um período que medeia os primeiros dias dos The Beatles, no Cavern Club, em Liverpool, e as preparações em Hamburgo para o que viria a ser o último concerto do grupo, no Candlestick Park, São Francisco, em 1966. À data, os Beatles tinham atuado 166 vezes em 15 países e 90 cidades de todo o mundo.

Os anos em causa refletem também uma altura marcada pelo lançamento de discos clássicos, como A Hard Day’s Night e Rubber Soul, e em que a Beatlemania nasce e singra entre os inúmeros fãs. Mais do que um culto ou um fenómeno, a Beatlemania ganhou contornos catalisadores para uma mudança cultural: o filme pretende examinar o contexto político e social de então e explorar a inevitável ligação entre o artista e a audiência. A música como um movimento e uma experiência.

Ron Howard, que se estreou na realização de documentários musicais com o Made in America (2013), confessa-se “excitado” e “honrado” por estar ao comando do projeto que retrata a “história surpreendente sobre quatro jovens que invadiram o mundo em 1964. O seu impacto na cultura popular e a experiência humana não podem ser vistos como exageros”, lê-se em comunicado.

A acompanhar o cineasta estão os produtores Nigel Sinclair (integrou a equipa responsável por George Harrison: Living in the Material World e No Direction Home: Bob Dylan), Brian Grazer (Apollo 13, Get on Up) e Scott Pascucci (produtor executivo de George Harrison). A Rolling Stone brasileira explica que os respetivos produtores vão ter acesso ao arquivo da Apple Corps, a companhia do grupo, bem como a gravações amadoras feitas por fãs.

Também em comunicado, Sinclair conta: “Tive a sorte de ver os The Beatles a tocar em Glasgow em 1964, pouco depois da presença no programa de Ed Sullivan [que contribuiu para a ascensão internacional da banda]. É uma honra trabalhar neste projeto para os The Beatles e colaborar novamente com os fantásticos Ron Howard, Brian Grazer e o meu bom amigo Scott Pascussi””.

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