Os transportes ferroviários da Alemanha estão a ser afetados esta quinta-feira por uma greve, sem precedentes, levada a cabo pelos maquinistas da Deutsche Bahn, que deve durar até segunda-feira.

A paralisação afetou especialmente os serviços regionais e suburbanos na hora em que a maioria dos alemães se preparava para ir para o trabalho.

Os grevistas do sindicato GDL (Gewerkschaft Deutscher Lokomotivführer) alargaram, como previsto, a paralisação ao tráfego de passageiros, depois de na quarta-feira a greve ter visado os comboios de mercadorias.

Em Berlim, apenas um terço dos comboios urbanos estava a circular nas primeiras horas de hoje, provocando engarrafamentos maiores do que o normal.

Os utilizadores foram avisados da greve, a mais longa em 20 anos, pelo que a maior parte pôde arranjar uma alternativa de transporte.

Em Renânia do norte de Vestefália (oeste), a região mais populosa da Alemanha, junto a Colónia e Dusseldórfia, o tráfego regional foi igualmente muito afetado.

Na Baviera (sul), pelo menos 50% dos comboios regionais foram suprimidos, segundo a Deutsche Bahn. Em Munique, segunda maior cidade, os comboios, circulava um por hora.

O sindicato apelou ao alargamento da greve além do setor da carga a partir das 14:00 (em Lisboa) de quarta-feira, estendido ao tráfego de passageiros desde a 01:00 de hoje.

O tráfego ferroviário deve regressar à normalidade na segunda-feira às 03:00 (em Lisboa).

Esta greve surge numa altura em que a Alemanha celebra o 25.º aniversário da queda do Muro de Berlim. Dois milhões de visitantes são esperados na capital alemã por ocasião da efeméride.

No centro do conflito está uma reivindicação de aumentos salariais e de redução do horário de trabalho, mas também um diferendo sobre a representatividade do sindicato que quer negociar com a Deutsche Bahn em nome de outras categorias profissionais além dos maquinistas. A empresa rejeita.

O conflito iniciado em setembro é considerado extraordinariamente grande na Alemanha, país conhecido pela qualidade do diálogo social.

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