A Portugal Ventures, entidade pública de capital de risco que investe nas empresas numa fase inicial, pretende criar um pequeno centro em Berlim e admite alargar à Ásia, disse o presidente executivo à Lusa. “Somos investidores de capital de risco, começamos de base em ‘startups’ e, além do capital que colocamos na empresa, procuramos ajudá-las o melhor possível a desenvolverem e a terem sucesso no mundo, apesar das limitações que temos”, disse José Epifânio da Franca.
“Começámos em 2013 a criar pequenos centros no mundo para levar as nossas ‘startups’ para lá. O primeiro que criámos foi em São Francisco, depois no início do ano criámos em Boston, temos acesso a um centro semelhante em Austin, na universidade do Texas e agora estamos a pensar também a criar um pequeno centro em Berlim”, explicou. “Se tudo correr bem, iremos para a Ásia”, acrescentou Epifânio da Franca.
O centro da Portugal Ventures em Boston, nos Estados Unidos, foi visitado pelo ministro da Economia, António Pires de Lima, na passada quarta-feira, no âmbito de uma visita de dois dias e meio a Nova Iorque e a Boston. Estes centros “são pequenas infraestruturas: tem uma componente física e depois temos parceiros locais, que têm boas ligações e ajudam as ‘startups’ a fazerem os contactos que entenderem”, explicou o presidente da Portugal Ventures.
Sobre o capital de risco aplicado este ano, o presidente executivo da Portugal Ventures afirmou que em ‘startups’ novas este atingiu os 20 milhões de euros para cerca de 40 empresas.
O centro da Portugal Ventures em Boston está mais dirigido à área das ciências da vida, pelo que as empresas portuguesas que aí estão incubadas desenvolvem atividade neste setor. “A tecnologia médica em Boston tem um ecossistema mais evoluído”, disse Epifânio da Franca.
Durante este ano estiveram cerca de 20 empresas no centro de Boston, disse, sublinhando que as ‘startups’ não necessitam de ser participadas pela Portugal Ventures. Aliás, há o caso de duas empresas portuguesas que não têm participação da capital de risco. “É aberto a todos”, acrescentou.
Epifânio da Franca disse que o processo tem “corrido bem” e que as novas empresas “têm aqui [em Boston] acesso a um mundo que não existe em Portugal”. Ou seja, acesso a empresas de ciências da vida, a investidores de todos os tipos e ao MIT [Instituto de Tecnologia de Massachusetts] ou Harvard. O facto de as ‘startups’ terem acesso a instituições como o MIT ou Harvard “ajuda muito a credibilizar os projetos”, já que obtêm um reconhecimento da parte dos investidores, acrescentou.
Para o futuro centro de Berlim, disse o presidente, é preciso encontrar o parceiro ideal. Sobre o capital de risco aplicado este ano, o presidente executivo da Portugal Ventures afirmou que em ‘startups’ novas este atingiu os 20 milhões de euros para cerca de 40 empresas. Este foi apenas o valor aplicado no investimento inicial, depois as empresas têm o desafio de encontrar mais capital. No entanto, “não temos ainda indústria de capital de risco suficientemente desenvolvida em Portugal” nesta matéria, concluiu.