Em comunicado, a DGPC afirma que o centro de mesa em prata da baixela vai “integrar a coleção do Palácio Nacional da Ajuda (PNA)”, em Lisboa.

A pintura “Retrato da mulher do artista”, de Columbano Bordalo Pinheiro, vai “integrar a coleção do Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado”, em Lisboa, que já conta com cerca de 200 peças deste artista.

O centro de mesa em prata da baixela da rainha é da autoria do ourives Augustin Adolphe Veyrat, e foi uma oferta de Victor Emanuel II, rei de Itália, pai de D. Maria Pia, por ocasião do seu casamento com o rei D. Luís.

Segundo a descrição da leiloeira, trata-se de um grupo escultórico composto por cinco “putti” (figuras) entre “motivos vegetalistas e grinaldas”, com “decoração relevada, perlada, cinzelada e gravada”, com as armas reais de Portugal e Saboia, três cestos encanastrados, sendo o central fixo e os laterais suspensos e amovíveis, acompanhados por globo em cristal com tampa em prata com monograma da rainha D. Maria Pia. As três taças em vidro monogramado, pertencentes a cada um dos cestos referidos, já se encontravam depositadas no PNA.

O centro foi à praça com uma base de licitação entre os 15.000 e os 22.500 euros, e foi adquirido por 48.000 euros.

“A localização e recuperação deste centro Veyrat não só constitui uma importante aquisição para o património artístico português, como permite recompor e valorizar um conjunto cujo especial significado tem a maior importância no acervo do PNA, sendo a segunda maior baixela da coleção de ourivesaria com cerca de 300 peças. Irá integrar a exposição permanente, recuperando o seu lugar ao centro da mesa da sala de jantar privada da família real”, afirma em comunicado a DGPC.

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O “Retrato da mulher do artista”, Emília Bordalo Pinheiro, é um óleo sobre madeira com as dimensões de de 24 X 19 centímetros, e foi à praça com uma base de licitação entre os 8.000 e os 12.000 euros, tendo sido adquirido por 11.500 euros.

“Este retrato inscreve-se numa reduzida série de retratos no feminino, temática que a Columbano pouco interessou. O caráter quase exclusivo deste retrato de Emília Bordalo Pinheiro, normalmente representada em temáticas associadas a naturezas-mortas ou espaços de intimismo, revela uma frontalidade rara, a par de uma excelente técnica que valoriza o expressivo rosto da figura, recortado sob um fundo de pintura em mancha, habitual nos seus retratos”, afirma a DGPC em comunicado.

A DGPC sublinha que Columbano Bordalo Pinheiro (1857-1929) é “o mais destacado pintor português do século XIX, [e] o artista que melhor expressa valores de modernidade, numa situação única na arte nacional”. “O Estado português adquiriu por 11.500 Euros esta obra que irá integrar a coleção do Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado”.