O debate sempre existiu. Há pessoas que preferem trabalhar em silêncio como forma de manter a concentração. Já outras procuram na música uma maneira de inspirar a sua produtividade. Independentemente das preferência, são os fãs do silêncio quem têm razão.
De acordo com um estudo realizado pelo Instituto de Tecnologia de Geórgia, nos Estados Unidos, escutar música durante uma atividade que exija concentração diminui a capacidade de memorização, sobretudo quando envelhecemos. A investigação concluiu que, apesar de os mais jovens não terem problemas em recordar todos os registos mesmo sem estar em silêncio, os participantes mais velhos recordaram 10% menos quando escutavam música de fundo. O objetivo do estudo era examinar os efeitos do ruído sobre a memória associativa.
Para o desenvolvimento da pesquisa, os cientistas desafiaram um grupo de pessoas a associar uma série de rostos com nomes enquanto escutavam música. O pedido era repetido alguns minutos depois para verificar se havia coincidência com os resultados anteriores. A experiência também foi feita em silêncio.
“Ambos os grupos etários estavam de acordo que a música era uma distração, mas só os mais velhos tinham dificuldades com a falta de silêncio”, explica Sarah Reaves, responsável do estudo. Audrey Duarte, supervisora do Laboratório de Envelhecimento do instituto, concorda com a observação. “A memória associativa diminui com a idade. A medida que envelhecemos torna-se mais difícil lembrar que nome corresponde a um rosto”, afirma.
Reaves acredita que a sua investigação pode ajudar o planeamento de atividades nos lares de terceira idade, pois os profissionais devem ser conscientes do ambiente antes de propor atividades que exijam um nível maior de aprendizagem.
A investigadora também adverte que os jovens têm razões para preocuparem-se. “As pessoas que têm dificuldades em concentrarem-se durante uma reunião com os companheiros de trabalho devem programar reuniões em lugares mais tranquilos. Quem costuma perder-se quando conduz, deveria apagar o rádio”, adverte.