A atividade gripal continuou moderada na semana passada, mantendo-se a mortalidade acima do esperado, com o excesso de óbitos a poder estar ligado ao frio, à gripe e a infeções respiratórias agudas, revela nesta quinta-feira o boletim semanal. A descrição, referente à semana de 9 a 15 de fevereiro, consta no Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, publicado à quinta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

Segundo o relatório, a síndrome gripal voltou a baixar na segunda semana de fevereiro, com a taxa de incidência a cair de 79,0 casos por cada cem mil habitantes, da semana precedente, para 74,4 casos, embora continuando “acima da zona de atividade basal”.

Os vírus do tipo A (58%) e B (42%) foram codominantes, tendo diminuído o número de vírus A(H3), em que a maioria pertence ao grupo genético “que inclui estirpes diferentes da estirpe” de vírus contemplada na vacina antigripal da época 2014/2015.

De acordo com o boletim, foram admitidos, na segunda semana de fevereiro, cinco novos doentes em unidades de cuidados intensivos hospitalares da rede de vigilância epidemiológica, sendo que quatro tinham uma patologia crónica associada e um estava vacinado contra a gripe.

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O relatório adianta que dos 64 doentes com gripe admitidos nas unidades de cuidados intensivos da rede, desde o início da época de vigilância, 11 morreram, a maioria tinha o vírus B. A mortalidade “por todas as causas” continua “acima do esperado”, tal como “observado em épocas anteriores”, adianta o documento.

Segundo dados da Vigilância de Mortalidade, disponíveis no portal da Direção-Geral da Saúde, o número de óbitos, que baixara a partir da terceira semana de janeiro, subiu na segunda semana de fevereiro, passando dos 2.859 (de 1 a 7 de fevereiro) para 3.005 (de 8 a 14 de fevereiro). “A inversão da tendência decrescente da mortalidade é coincidente com a descida da temperatura mínima do ar ambiente observada na semana anterior”, assinala o relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

O Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, relativo à semana passada, volta a mencionar que o excesso de mortes foi observado apenas entre idosos, com 75 ou mais anos, e nas regiões do Norte e Centro, “podendo estar associado ao frio extremo, ao aumento da incidência das infeções respiratórias agudas e à atividade gripal”. O Sistema Nacional de Vigilância da Gripe foi ativado em outubro de 2014 e funciona até maio de 2015.