A Apple revolucionou o mercado dos dispositivos móveis em vários segmentos (como os telemóveis, leitores de música portáteis e os computadores pessoais) e há cada vez menos dúvidas de que a próxima aposta será o mercado automóvel. Até porque o carro é o “dispositivo móvel por excelência“, afirmou Jeff Williams, vice-presidente da Apple, numa conferência quarta-feira em São Francisco.

Jeff Williams respondia a uma questão da audiência sobre as intenções da Apple, que já está no mercado automóvel mas apenas na vertente dos sistemas de entretenimento a bordo – o CarPlay, que deverá entrar em modelos das marcas General Motors, Ford e Hyundai, para já. O vice-presidente da empresa começou a resposta por deixar, também uma pergunta: “O carro é o dispositivo móvel por excelência, não é?”. E acrescentou, depois, que a Apple “analisa todo o tipo de categorias” de produtos.

O relato da conferência foi feito pela re/code, entretanto noticiado também por jornais como o Financial Times. Trata-se do sinal mais claro de que a Apple pondera entrar no fabrico automóvel, depois de em fereveiro terem saído várias notícias de que a Apple tinha várias centenas de trabalhadores a trabalhar num projeto secreto, chamado “Titan”, e que será um carro elétrico que dispensará o condutor humano.

Segundo o The Wall Street Journal, esse projeto está a ser liderado por Steve Zadesky, um antigo engenheiro da Ford Motor que a Apple contratou há alguns anos. Este engenheiro terá autorização para contratar até mil pessoas para a sua equipa, incluindo ir buscar funcionários a outras áreas da empresa. A Apple contratou em setembro Johann Jungwirth, que foi presidente das operações de pesquisa e desenvolvimento da Mercedes-Benz na América do Norte.

A Apple estará, assim, interessada em concorrer com a Tesla Motors, do carismático milionário Elon Musk, na produção de automóveis elétricos e com tecnologia de ponta. O que continua a gerar dúvidas entre os analistas é que a indústria automóvel geralmente utiliza instalações próprias para produzir e montar os automóveis, ao passo que a Apple tem por tradição contratar fornecedores e empresas externas para produzir os componentes e montar os equipamentos.

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