A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, desmente as informações reveladas por Isaltino Morais a seu respeito, no livro “A minha prisão”. Em comunicado, Teixeira da Cruz garante que, “enquanto advogada, patrocinou, em diversos processos, a universidade Atlântica, entre 2001 e 2007”, mas que “nunca teve nenhuma avença ou foi funcionária da citada universidade, onde a CM de Oeiras [então presidida por Isaltino Morais] detinha 43% do capital” e que, por isso, “nunca poderia ter sido demitida pelo então presidente da autarquia”, como este relata no livro.
Teixeira da Cruz lembra, aliás, que em 2007, em declarações a vários jornais, o presidente da entidade que gere a Universidade Atlântica, Artur Torres Pereira, esclareceu que Paula Teixeira da Cruz “não tinha qualquer vínculo com a instituição”. A título de honorários e de mandato judicial, recebeu da Universidade durante seis anos (de 2001 a 2007) 139.410 euros.
“Sobre o facto de a drª Paula Teixeira da Cruz, enquanto Ministra da Justiça, ter proferido declarações públicas em matéria de prescrições, lamenta-se ter de desiludir, mas quando falou sobre as alterações ao Código de Processo Penal, entre elas o fim dos expedientes dilatórios e as alterações ao regime de prescrições, inexistia qualquer musa inspiradora. Aliás, estranha-se o desconhecimento de que as alterações às leis penais não são retroativas”, refere ainda o comunicado.
No livro, Isaltino Morais acusa Paula Teixeira da Cruz de ter influenciado o seu processo, como ministra da Justiça, com declarações públicas contra as prescrições. Diz que é uma “pessoa sem princípios e sem caráter”, que despediu da Universidade Atlântica em 2007, depois de Marques Mendes a ter “contratado para assessoria jurídica”, tendo-lhe sido pagos “mais de 139 mil euros”.