O Ministério da Educação (ME) vai “registar” cursos técnicos superiores profissionais, para iniciar no próximo ano letivo, para cerca de 15 mil alunos anunciou, em Viana do Castelo, o secretário de Estado do Ensino Superior.

“Houve uma resposta muito grande dos Politécnicos para a criação destes cursos. Estão a ser registados cursos para 15 mil alunos no ensino superior português, para começarem a funcionar em outubro”, afirmou José Ferreira Gomes.

O governante falava no final de uma sessão de esclarecimento hoje realizada na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, um dos seis estabelecimentos de ensino do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC).

Em causa estão os cursos técnicos superiores profissionais de nível cinco, aprovados em fevereiro de 2014 pelo Governo, e que alguns institutos politécnicos vão poder ministrar, a partir do próximo ano letivo.

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A nova oferta educativa do ensino superior distingue-se das restantes por ser mais curta (dois anos) e ter um primeiro ano de componente geral mais forte, e um segundo ano com uma componente de formação profissional em sala de aula e estágio.

O governante disse que os novos cursos, previstos no processo de Bolonha, pretendem “alargar e diversificar o espetro da oferta do ensino superior em Portugal, e por essa via aumentar o número de cidadãos com qualificações superiores necessárias ao país”.

“Vão ser lançados no próximo ano letivo com um atraso de um século em relação à Alemanha, de 50 anos em relação à Inglaterra e de 20 anos em relação a França”, sublinhou, mostrando-se confiante que a “adaptação” a esta oferta “seja muito rápida”.

Explicou que estes cursos já existem “em muitos países europeus”, no âmbito do Quadro Europeu de Qualificações, com nível 5, e defendeu que a sua criação em Portugal é uma “boa notícia” para os jovens.

“Estes cursos vieram para ficar porque pretendem habilitar os alunos a ir mais longe, no imediato, ou a prazo porque poderão prosseguir os estudos, através da licenciatura, e especialmente da licenciatura em institutos politécnicos”.

“A opção por quadros intermédios é onde a expansão do nosso emprego se vai dar”, disse, reforçando que este “perfil educativo, que não existia em Portugal, tem e enorme procura de estudantes e empresas em vários países europeus”.

O presidente do IPVC, Rui Teixeira, revelou que no ano letivo 2015/2016 vão ser ministrados 17 cursos técnicos superiores profissionais, dos 35 propostos, para substituir os cursos de especialização tecnológica (CET).

Sublinhou a “importância” desta nova oferta para o “futuro do país”, que pretende alcançar a “meta estabelecida pela Europa de atingir os 40 % de diplomados em 2020”.

“Os jovens conseguem em dois anos um patamar profissional que os colocará em muito melhor posição quer face ao emprego, quer face à sua remuneração”.

O IPVC tem cerca de cinco mil alunos distribuídos por seis escolas. As escolas de Educação, Tecnologia e Gestão e Enfermagem estão localizadas em Viana do Castelo, a Agrária em Ponte de Lima, Valença tem a escola de Ciências Empresariais, e em Melgaço está situada a de Desporto e Lazer.

Aos alunos dos futuros cursos técnicos superiores podem ser cobradas propinas, que deverão ser mais baixas que o valor máximo autorizado para as licenciaturas (que atualmente rondam os mil euros).