Lisboa deu um trambolhão de 51 lugares na lista das cidades mais caras para expatriados (estrangeiros residentes). A capital portuguesa está agora em 145º lugar numa lista de 207 cidades que continua ser liderada por Luanda e que é elaborada pela consultora Mercer. No ano passado, a capital de Portugal ocupava a posição 94.
Entre as comparações destacadas por este estudo está o custo de uma refeição de fast food que na cidade portuguesa custa cinco euros e que na capital angolana custa o triplo (15 euros). Já a renda de um apartamento T2 pode custar 1450 euros (um preço que estará entre os mais caros). Em Luanda, o custo dispara para 5792 euros.
A capital angolana ganha, pela terceira vez, a distinção de cidade mais cara para residentes estrangeiros, devido à fatura dos bens importados e das condições de vida que são exigidas para a generalidade da maioria dos colaboradores expatriados, refere a Mercer. Para os residentes habituais, a cidade é relativamente barata., acrescenta. No Top Ten encontramos outra cidade africana, N’Djamena no Chade, que caiu do segundo para o 10º lugar em 2015.
A queda do euro e a inflação quase nula, são as duas razões que explicam a queda drástica do custo de vida em Lisboa em 2015, conforme destaca Tiago Borges, responsável de estudos de mercado na Mercer Ibérica.
“Esta descida de Lisboa na lista das cidades mais caras para os expatriados deve-se à depreciação do euro face a outras divisas globais, bem como à ainda tímida recuperação nos preços do imobiliário e a uma inflação historicamente baixa, que tem mantido os preços dos bens e serviços a um nível comparativamente mais baixo do que em outras localizações”.
O sobe e desce das moedas, que por sua vez é resultado de fenómenos de instabilidade política, económica e social, acaba por ser o fator mais decisivo na evolução do custo de vida nas principais cidades mundiais, que é revelado esta quarta-feira no 21º estudo conduzido pela Mercer. Mercado imobiliário e inflação, são outros elementos que fazem a diferença.
As questões cambiais estão por trás do encarecimento das três principais cidades suíças. Zurique, Genebra e Basileia entram no Top Ten, à boleia da valorização do franco suíço, que se fez sentir sobretudo em relação ao euro. A capital económica da Suíça é a cidade europeia mais cara, estando em terceiro lugar a nível mundial. Hong-Kong está em segundo lugar. Na lista das dez surgem ainda duas cidades chinesas (Pequim e Xangai).
Ranking do custo de vida para expatriados
- Luanda
- Hong-Kong
- Zurique
- Singapura
- Genebra
- Xangai
- Pequim
- Seul
- Berna
- N´Djamena
Tempestade cambial foi o que aconteceu com o rublo, provocando quedas acentuadas das duas principais cidades russas. Moscovo perdeu 41 lugares, saindo das dez mais caras para o 50º. Ainda mais significativa foi a despromoção de São Petersburgo que perdeu 117 posições, estando agora em 152º lugar, abaixo de Lisboa.
Do outro lado do Atlântico, a valorização do dólar face ao euro também justificou algumas promoções nos Estados Unidos, mas a cidade mais cara, Nova Iorque, fica de fora do Top Ten, com o 16º lugar, tal como Londres que está em 12º.
Na América Latina, o Top é liderado por Buenos Aires que está agora em 19º lugar a nível mundial, refletindo um “forte aumento dos preços de vens e serviços”. Seguem-se São Paulo e Rio de Janeiro.