As vendas de automóveis ligeiros de passageiros continuam em rota ascendente. Nos primeiros seis meses do ano foram vendidas 100.656 unidades: mais 32,8% do que em igual período do ano passado, indicam os dados divulgados esta quarta-feira pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP). É o valor mais alto desde 2010. E a culpa pode ser do turismo, diz Helder Pedro, secretário-geral da ACAP.
“No primeiro semestre do ano, o rent-a-car teve um aumento significativo de 27% das vendas. E isto deve-se ao turismo, que está a aumentar significativamente, com o ‘rent-a-car’ a reforçar as suas frotas”, diz Hélder Pedro ao Observador.
No primeiro semestre de 2012, foram vendidas 53.375 unidades, menos 90% do que foi registado este ano – quando em 2010, se tinham vendido 115 mil. Apesar de as vendas terem quase duplicado em três anos, o secretário-geral da ACAP não tem dúvidas: Portugal foi um dos países que deu “uma das maiores quedas” da Europa. “Vemos agora nas estatísticas europeias que as maiores percentagens de crescimento são as de Portugal, Irlanda e Grécia, mas isso também é porque fomos os que demos os maiores tombos em 2012, na ordem dos 40%”, explica.
A par do crescimento nos veículos ligeiros de passageiros, o dos comerciais: as vendas do primeiro semestre cresceram 20% face a igual período em 2014 – foram vendidos 14.282 veículos desta categoria. A justificação está, para Hélder Pedro, na retoma do setor empresarial. “As empresas também têm estado a recuperar, têm mais vendedores e precisam de mais veículos”, disse ao Observador.
No primeiro trimestre de 2015, o crédito concedido a particulares para aquisição de meios de transporte também subiu face aos valores do primeiro semestre de 2014 – 27% -, de acordo com os dados divulgados pela ASFAC, desde junho de 2014 até ao mesmo mês deste ano.
Portugueses à procura de carros mais amigos do ambiente
Os portugueses estão a voltar aos stands de automóveis, mas as suas preferências têm outros requisitos: procuram carros com menores emissões de Co2 e com consumos mais eficientes. “Por causa dos benefícios fiscais, a venda de carros elétricos aumentou 100%, e a dos híbridos e a GPL também subiu. O consumidor está cada vez mais informado e faz uma análise do custo benefício quando compra”, diz Hélder Pedro.
E não são só os particulares. As empresas também têm procurado carros menos poluentes e mais eficazes, segundo o secretário-geral da ACAP. “Porque podem ter vantagens fiscais quando adotam este tipo de veículo”, adiantou.
Tal como em 2014, nos primeiros seis meses do ano a marca de eleição em Portugal foi a Renault, segundo os dados divulgados pela ACAP. Segue-se a Volkswagen, que registou um aumento de 46,7% nas vendas, e a Peugeot, que subiu 62,4%.
Mas que modelos preferem os portugueses? De janeiro a maio deste ano, o carro mais vendido foi o Renault Clio – 4367 unidades. Em segundo lugar ficou o Volkswagen Golf, com 2751 unidades vendidas, seguido dos 2699 Volkswagen Polo. O Peugeot 208 ficou em quarto lugar, com 2464 unidades vendidas, e o Opel Corsa em quinto, com 2322 viaturas a saírem dos stands.
Em sexto lugar, aparece o Nissan Qashqai, com 2218 unidades vendidas entre janeiro e maio, de acordo com a ACAP. As vendas da Nissan foram, aliás, das que mais subiram no primeiro semestre de 2015, em relação a igual período em 2014: 83,8%.
Porsche cai, mas vendem-se mais Maserati e Jaguar
Foram vendidos 122 veículos ligeiros da britânica Jaguar nos primeiros seis meses de 2015, quando em igual período do ano passado se venderam 92. Da marca de luxo italiana Maserati, venderam-se 14 unidades – no primeiro semestre de 2014 não se vendeu nenhuma.
A icónica Ferrari vendeu sete unidades no primeiro semestre, mais uma do que em igual período do ano anterior. E para a também italiana Lamborghini, outra subida: foram vendidos três modelos no primeiro semestre de 2015, quando no ano passado se vendeu apenas um.
Já a Porsche perdeu terreno. Se nos primeiros seis meses de 2014, a marca alemã vendeu 199 carros em Portugal, em igual período de 2015 vendeu 67 unidades. A britânica Aston Martin também teve um ligeiro recuo nas vendas: saíram dos stands três viaturas da marca quando em 2014 saíram cinco.
Infografia: Andreia Reisinho Costa