A Apple lançou na quarta-feira a nova versão do sistema operativo para os iPhone, iPad e iPod Touch: o iOS 9. O novo iOS não traz uma revolução no grafismo e na forma como se utilizam os dispositivos da Apple, mas traz algumas novidades que estão, regra geral, a ser aplaudidas pelos especialistas. Ainda que os mesmos assinalem que algumas dessas novidades só são novidades para a Apple, porque outros sistemas operativos como o Android, da Google, já as disponibilizam há algum tempo. O grande trunfo do novo iOS 9, segundo a própria Apple, é ajudar a uma maior autonomia da bateria.

Alguns dos últimos lançamentos de novas versões do iOS têm sido marcados por algumas falhas e problemas que obrigaram a Apple a fazer updates imediatos de correção de falhas, o que leva alguns especialistas a recomendarem esperar alguns dias antes de fazer o download e a instalação. Para já, contudo, não parece haver uma vaga de queixas sobre algum problema em específico. Menos de 24 horas depois do lançamento do novo sistema operativo, houve, apenas, alguns relatos isolados de dificuldades com a receção de sinal wi-fi e de apps que fecham abruptamente (crash).

Nesta última questão, contudo, o que estará em causa é a compatibilidade das aplicações feitas por terceiros, não pela Apple, e a adequação das apps ao novo sistema operativo. Os criadores das apps já têm tido acesso a versões preliminares do novo sistema operativo, mas esta é uma fase em que podem acontecer problemas que, normalmente, são corrigidos em poucos dias. Assim, e concluindo, não são conhecidas razões para adiar esta atualização, que tornará o tablet ou o smartphne mais rápido e estável. É claro que, como sempre, recomenda-se a realização de uma cópia de segurança (backup) dos contactos e de outros dados importantes, recorrendo à iCloud.

Que novidades traz o novo sistema operativo?

Resumimos algumas das principais novidades do novo sistema operativo que já pode instalar nas definições do aparelho. Já pode, claro, se tiver espaço de armazenamento de dados disponível. A boa notícia é que, depois de ter sido muito criticada, a Apple limitou a 1,3 gigabytes o espaço necessário para instalar o novo sistema operativo. Para instalar a versão anterior, o iOS 8, eram necessários 4,58 gigabytes, o que obrigou muitas pessoas a terem de eliminar documentos, fotos e aplicações simplesmente para conseguirem transitar para o sistema operativo. Mas adiante.

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MADRID, SPAIN - SEPTEMBER 26: A man shows his new iPhone outside Puerta del Sol Apple Store as Apple launches iPhone 6 and iPhone 6 Plus on September 26, 2014 in Madrid, Spain. Customers started to queue 20 hours prior to the opening of the store for the launch of Apple's new smartphones. (Photo by Pablo Blazquez Dominguez/Getty Images)

É possível espremer mais uma hora de bateria no iOS 9. (Foto: Pablo Blazquez Dominguez/Getty Images)

Bateria

A Apple garante que a utilização do iOS 9 permite uma poupança de bateria que irá permitir espremer mais uma hora de autonomia numa mesma bateria. Esta tinha de ser uma prioridade porque a Apple decidiu reduzir a capacidade das baterias contidas nas novas edições do iPhone, lançadas na semana passada. E como é que a bateria vai durar mais?

Além de melhorias na eficiência energética na utilização geral do sistema operativo e das apps, os sensores de luz ambiente e de proximidade vão detetar quando o ecrã está virado para baixo, pousado numa mesa, e evitar que se liguem as luzes. Além disso, existe um novo modo de Baixo Consumo Energético para quando queremos esticar ao máximo a autonomia da bateria. A Apple garante que é possível aumentar a autonomia em três horas nesse modo, mas ainda não é claro quais são as funcionalidades, além da luminosidade, que serão sacrificadas para que isso possa acontecer.

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Imagem: Apple

Dois ecrã em um

Os dispositivos da Apple vão, finalmente, permitir que os utilizadores executem (e visualizem) duas tarefas ao mesmo tempo. Mas não todos os dispositivos – apenas os iPad mais recentes (iPad Air 2, iPad Mini 4 e iPad Pro). Quem tiver estes modelos mais recentes poderá, por exemplo, ver um vídeo na app do Youtube ao mesmo tempo que navega num browser (Safari). A nova funcionalidade, para já restringida a estes modelos, chama-se Picture in Picture.

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Imagem: Apple

Sugestões inteligentes

Não vai notar grandes diferenças na aparência gráfica do novo sistema operativo – exceto uma nova fonte, a San Francisco. A última grande revolução gráfica veio com o iOS 7, saído há dois anos. Mas a primeira funcionalidade que o convidamos a experimentar – aqui, sim, em todos os dispositivos – é um arrastar do dedo da margem esquerda do ecrã para o centro. Vai encontrar um ecrã de busca em que a Siri é rainha. No ecrã do Siri Suggestions vão surgir atalhos para as pessoas que mais contacta, as últimas notícias, atalhos para as apps que mais utiliza e locais de interesse perto de si, como restaurantes e ligações de transportes públicos (aqui ainda não disponível para nenhuma cidade portuguesa). O Apple Maps traz algumas melhorias neste aspeto e tenta preencher algumas lacunas que tinha face ao Google Maps.

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Notas, pastas na nuvem, teclado e notícias melhorados

A Apple aposta, também, em pequenos pormenores que melhoram algumas das apps nativas que já tinha mas cujas insuficiências foram, muitas vezes, compensadas com apps feitas por terceiros. Um desses casos é o Bloco de Notas, que passa a estar incorporado em todas as outras apps e a permitir tirar notas à mão, criar listas de a fazeres e incluir e anotar imagens. Outro caso é o novo iCloud Drive, que utiliza um sistema de pastas (diretórios) em que o utilizador pode agrupar a informação, como vários concorrentes faziam. O teclado e as sugestões de escrita também sofreram melhorias, sobretudo na capacidade de selecionar texto.

O novo iOS tem, ainda, uma nova aplicação de agregação de notícias, o Apple News. A novidade aparece no site norte-americano da Apple mas não foi, ainda, possível testá-la com um smartphone configurado para a região Portugal. “Atualmente a app Apple News não está disponível em todos os países. Com exceção dos EUA, Reino Unido e Austrália, os restantes utilizadores terão de esperar que sejam acrescentados novos países”, explicou ao Observador fonte oficial da Apple.