Coldplay – A Head Full of Dreams

O single “Adventure of a Lifetime” saiu há um mês e foi uma apresentação esmagadora do sétimo disco de estúdio dos Coldplay, mais um single orelhudo com todos os ingredientes misturados na dose certa, mais um para juntar à coleção de êxitos da banda britânica. É um tema tão bem feito que custava a crer que representasse o todo e, bem dito bem feito.

A Head Full of Dreams é um disco equilibrado que segue a linha que já se conhece dos discos anteriores, embora seja menos baladeiro. Os Coldplay meteram o pé no acelerador e escolheram para caminho uma estrada cheia de curvas, por isso surgem temas como “Army of One”, que inclui nele um outro, sem que se perceba muito bem porquê – apesar do estranho sentido de coerência.

Mas é isso que Chris Martin sempre soube fazer, manter o equilíbrio entre o fácil que vende e o que desafia, sem descarrilar da linha pop/rock. Conta com as participações de Beyoncé e Noel Gallagher (Oasis) e a edição japonesa inclui uma faixa extra. Foi anunciado como sendo o último disco da banda, o que soa a mais uma estratégia de marketing, mas se isso se revelar verdadeiro, será uma saída airosa de uma das bandas mais importantes do panorama pop/rock dos últimos 15 anos.

Troye Sivan – Blue Neighbourhood

Músico, ator e youtuber. Nasceu em 1995 na África do Sul mas mudou-se com dois anos para Perth, na Austrália. Como ator fez teatro e participou num dos filmes da saga X-Men. Faz gravações caseiras para o YouTube que lhe rendem milhões de seguidores, gravou dois EP, o segundo dos quais (Wild, de setembro de 2015) serviu de base para este álbum de estreia, uma subida de escalão projetada mundialmente pelos grandes da indústria. Troye Sivan é um nome estranho mas talentoso, faz música pop inteligente, bem interpretada e produzida, o que justifica a atenção e destaque dado pela crítica nos últimos dias.

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Rick Ross – Black Market

Ao oitavo disco, o rapper norte-americano abre o jogo e fala na primeira pessoa. Rick Ross declarou à Forbes que este é um disco onde fala dele mesmo, adicionando à crítica social e política muitas notas de reflexão sobre a própria vida, tantas vezes atribulada. E porque os amigos são para as ocasiões, soube reunir-se (como sempre) de nomes importantes: John Legend, CeeLo Green, Nas, Mariah Carey, Mary J. Blige e Chris Brown, entre outros. Só a história ditará a importância deste álbum, que tenta estar um passo acima dos dois publicados em 2014 (Mastermind e Hood Billionaire), mas para já, soa a um ato de redenção que merece ser ouvido. Sem condescendência.

Deau – Livro Aberto

O hip hop é um género que há muito perdeu as fronteiras e onde o português cedo conquistou uma rima própria. Deau (Daniel Francisco) anda neste ritmo há uma década e foram precisamente 10 as páginas deste disco, publicado 10 anos depois da primeira subida ao palco, 10 canções alinhadas no que escolheu chamar Livro Aberto. Numa década sucedem-se gerações de músicos e compositores, mudam-se os tempos mas não se perde a vontade.

Viviane – Confidências

25 anos de carreira musical, dez deles a solo. Viviane é uma das intérpretes mais conhecidas da música contemporânea portuguesa. Foi o espírito e a voz aos Entre Aspas (com Tó Viegas), dos coletivos Linha da Frente e Camaleão Azul, mais tarde assumindo uma carreira a solo que entre 2003 e 2014 produziu quatro discos. Confidências é uma coleção (um best of) de 12 canções desse repertório a solo e inclui dois temas inéditos. Este é um deles: