O sono, ou a falta dele, junta artistas, escritores e investigadores, hoje, no Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado, em Lisboa, numa iniciativa, com entrada livre, que inclui sessões de leituras contínuas.
A noite de hoje será a mais longa do ano, por convenção, embora o solstício do inverno tenha hora marcada para as 04:48 de terça-feira, dando-se início à estação de inverno no hemisfério norte.
“Parasomnias, se não me deixam sonhar não vos deixo dormir”, assim se designa a iniciativa, parte da instalação de vídeo e sonora “Parasomnia”, uma das cinco obras finalistas do Prémio Sonae Media Art, da autoria de Patrícia Portela, que se baseou no ensaio inacabado que o investigador Acácio Nobre escreveu, em finais do século XIX, sobre o sono, a vigília e a ausência de sonhos.
O programa do evento inclui uma visita à exposição Prémio Sonae Media Art e conversas informais com os artistas finalistas, a audição de 88 histórias “à la carte” e uma conferência sobre “a noite, o sono e os seus fantasmas”, com os investigadores Kurt Vanhoutte, Maria João Faustino, Graça Corrêa e Nele Wijnants e com a ecritora Joana Bértholo.
Haverá também sessões de leituras contínuas, várias “performances” e um jantar “gastronómico e soporífero”, seguido de um concerto com o músico Vítor Rua.
A artista Patrícia Portela, que organizou o evento, promete surpresas pela “noite fora” para os que aparecerem no museu, que encerra excecionalmente as portas à meia-noite.
Da iniciativa resultará um livro e um filme sobre o sono e a insónia na arte, a lançar em 2016.
O inverno prolonga-se até ao próximo equinócio, que ocorre a 20 de março, às 04:30, iniciando-se a estação da primavera.