É o caos instalado nas ruas de Caracas. A beleza natural dos Andes ou de Salto Ángel contrasta com as ruas debaixo de fumo e fogo que testemunham as grandes manifestações anti-governamentais que dominaram o quotidiano venezuelano. Quando Hugo Chavez chegou ao poder, a taxa de pobreza no país diminuiu, mais crianças entraram na escola e as condições sanitárias melhoraram. Agora, com Nicolas Maduro no poder e a seguir as mesmas políticas de Chavez,falta comida, não há medicamentos e a taxa de criminalidade disparou. O resultado está à vista: uma onda de protestos violentos que reúnem milhares de pessoas nas ruas da Venezuela. E as imagens testemunham a violência.

Venezuela tem sido um país dividido. De um lado das barricadas, estão os apoiantes das políticas de Chaves, agora continuadas por Maduro. Do outro lado, os anti-chavistas que querem tirar o Partido Socialista venezuelano da cadeira que ocupam no governo há dezoito anos. Entre os manifestantes estão também antigos apoiantes de Chavez que não reveem em Maduro as mesmas políticas socialistas. E o motivo está no petróleo: Chavez usou as exportações do “ouro negro” para alimentar os programas governamentais que permitiram aos venezuelanos melhorar a sua qualidade de vida. No entanto, quando Maduro entrou no poder, os preços dos barris diminuíram e os programas sociais tiveram de sofrer cortes. A qualidade de vida na Venezuela voltou a minguar: 95% da riqueza que o governo venezuelano consegue amealhar vem da venda do petróleo.

O ambiente é tenso há muito tempo, mas a gota de água que esgotou a paciência dos venezuelanos chegou a 29 de março, quando o Tribunal Supremo retirou os poderes que estavam entregues à Assembleia Nacional, que é da responsabilidade da oposição. Essa decisão aumentaria o poder de Maduro. E mesmo que a decisão nunca tenha ido avante, porque o tribunal recuou três dias depois, os confrontos já tinham começado: a oposição quer despedimentos dentro do tribunal, eleições já este ano, reposição de medicamentos no país e a libertação daquilo que chama de presos políticos.

No Dia do Trabalhador, no entanto, as manifestações ganharam outras dimensões após o discurso de Maduro: o líder venezuelano anunciou a criação de uma assembleia com poder para reescrever a constituição. Maduro defendeu-se dizendo que não quer “uma guerra civil”, mas que o governo está a ser vítima de um golpe de Estado. A oposição promete, ainda assim, “lutar contra esta loucura”. O resultado foi “a mãe de todas as manifestações”, como a própria oposição a apresentou. E o caos nas ruas. Veja as melhores imagens na fotogaleria.

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