Esta segunda-feira a Apple apresentou a conferência anual para programadores, a WWDC (Worldwide Developers Conference) em San José, Califórnia. Todos os anos, por esta altura, a empresa de Cupertino dá a conhecer as novidades ligadas aos seus sistemas operativos, iOS, macOS, tvOS e watchOS.

Continuam a desenvolver o sistema de Inteligência Artificial (IA) da assistente Siri que, a partir do fim do ano, vai ter um novo suporte: uma coluna para fazer concorrência ao Amazon Echo e ao Google Home.

Também se assistiu ao aparecimento de um novo desktop, uma versão do iMac para profissionais que vai acabar com o Mac Pro. Mas vamos por partes.

HomePod: um altifalante com a Siri

Era o que faltava no ecossistema Apple: um assistente para a casa. Mas mais do que uma coluna com a Siri integrada, querem apostar em força na qualidade do som, “para reinventar a música em casa.”

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Na prática vai competir com a Amazon Echo e com o Google Home – colunas que incorporam uma assistente virtual.

Com um formato cilíndrico, o altifalante é capaz de reproduzir, dizem, uma melhor qualidade de som que a concorrência. Isto porque inclui sensores que permitem analisar a acústica da sala e ajustar o áudio enquanto está a ser utilizada. A coluna inteligente será lançada em dezembro em dezembro nos EUA, Austrália e Reino Unido e vai custar 349 dólares.

iOS 11

O sistema operativo que corre nos iPhone e nos iPad vai ter melhorias que se centram no design mas, sobretudo, na tecnologia. A aplicação Mensagens vai ter um novo interface e as conversas vão passar a estar totalmente sincronizadas entre todos os dispositivos Apple. Esta app vai permitir a integração do Apple Pay (não disponível em Portugal) para fazer pagamentos e transferências de dinheiro entre utilizadores.

A Siri terá a voz mais afinada (quer a feminina, quer a masculina) e será capaz de fazer a tradução automática de voz, inicialmente, em inglês, chinês, francês e alemão. A Inteligência Artificial da Apple fará com que a Siri analise comportamentos e antecipe, por exemplo, respostas a mensagens e associações entre o que se pesquisa, apresentando sugestões entre aplicações.

A câmara vai ter um novo formato de compressão de fotografia e vídeo, com a possibilidade de escolher o melhor frame (imagem estática) numa Live Photo, bem como acrescentar as funções loop (repetição) e bounce (salto).

O Centro de Controlo foi redesenhado, tirando maior proveito da tecnologia 3D Touch e oferecendo novos atalhos ao utilizador.

Os mapas da Apple passam a permitir a navegação dentro de espaços, tais como centros comerciais e aeroportos e vão ganhar indicações sobre que faixa o condutor deve seguir e indicações sobre o limite de velocidade.

Uma novidade muito aplaudida foi a introdução de uma melhoria de segurança aplicada durante a condução. Chama-se Do Not Disturb (“não incomodar”) e poderá ser ativada assim que se entra no carro, através da ligação por Bluetooth, por Wi-Fi ou através do sensor de movimento. Esta função permite, por exemplo, enviar uma SMS em resposta a uma chamada dizendo “Estou neste momento a conduzir”; ou ainda impedir o utilizador de aceder a qualquer notificação que receba enquanto conduz.

O Apple Music, já com 27 milhões de consumidores, vai permitir partilhar playlists entre utilizadores, como acontece com o Spotify.

A App Store existe há 9 anos e no iOS 11 vai aparecer completamente redesenhada, com separadores dedicados (recomendações diárias, jogos, aplicações, etc) e um sistema de revisão acelerada, que vai permitir disponibilizar mais rapidamente novas apps e atualizações.

O AR Kit é uma aplicação que permite desenvolver soluções de realidade aumentada para os dispositivos móveis iPhone e iPad.

A assistente pessoal Siri vai receber o tão desejado update que lhe oferece uma maior capacidade a nível da inteligência artificial (IA) que foi produzida pelas diversas startups compradas recentemente pela Apple e que se encontram ligadas à área da IA. Vai ser também possível interagir com outras aplicações de terceiros.

A versão 11 do iOS vai aparecer diferente no iPad, mais especificamente no iPad Pro, que tem o benefício de ser compatível com o Apple Pencil. A nova versão do sistema vai permitir uma maior compatibilidade do acessório em forma de lápis com um maior número de aplicações desenvolvidas por terceiros.

iPad Pro

Nem muito grande, nem muito pequeno. O iPad Pro tem sofrido mudanças de tamanho nas últimas alterações e, desta vez, a mudança deu-se apenas a nível de ecrã. A passagem das 9.7 polegadas para as 10.5 polegadas foi feita (quase) sem aumentar o tamanho do corpo do equipamento.

Os novos ecrãs terão mais brilho e refresh rate (o número de vezes que um ecrã renova a imagem) de 120Hz adaptativo, o que permite, garantem, uma utilização muito mais precisa. O processador e as câmaras receberam, também, um upgrade: a principal terá um sensor de 12MP (igual ao do iPhone 7) e a frontal de 7MP.

O iOS 11 vai oferecer ao iPad uma nova doca, mais parecida com a que existe no macOS. A função “pegar e arrastar” (drag and drop) passa a estar disponível e uma nova app chamada Files, uma espécie de Finder que existe no macOS que funciona ligado na cloud.

Os iPad Pro vão permitir carregamento rápido. Com 64GB de memória de armazenamento base, vão estar à venda na próxima semana a partir de 649$.

macOS 10.13

O sucessor do macOS Sierra vai chamar-se High Sierra e será uma plataforma centrada no melhoramento tecnológico do sistema operativo atual. O Safari foi o primeiro a merecer destaque, apresentado como o browser mais rápido do mercado, vai passar a ter incorporado um sistema de bloqueio de reprodução automática de vídeos. Introduz a tecnologia “Intelligent tracking prevention” para melhorar a privacidade, impedindo que os sites sejam capazes de ler os cookies que vamos deixando à medida que navegamos pela Internet. Ou seja, não será deixado um rasto de todos os passos que dermos na Internet.

A aplicação Mail vai ocupar menos 35% de espaço em disco e a aplicação Photos vai ter ferramentas de edição melhoradas. Também a sincronização das fotografias entre dispositivos Apple vai acontecer de forma mais automática.

O Apple File System, novo sistema de armazenamento e gestão de ficheiros, já introduzido na última versão do OS (10.3) vai passar a integrar o novo macOS, oferecendo uma melhor encriptação dos ficheiros, melhor gestão de armazenamento e menos possibilidades de falhas.

O upgrade será gratuito e estará disponível no outono.

iMac Pro

Uma super-máquina para profissionais de 27 polegadas, é o Mac mais potente alguma vez feito. Tem um ecrã 5K, vem equipado com um processador Xenon de 8, 10 ou 18 núcleos e 128 GB de memória RAM. Preço: 5 mil dólares. Vai estar disponível em dezembro.

iMac

O novo desktop da Apple vai ser atualizado. O ecrã vai ter mil milhões de cores e será 43% mais brilhante. Vai incorporar ainda duas portas Thunderbolt 3 e os novos processadores Intel Kaby Lake, um disco de armazenamento Fusion Drive (que combina SSD com HDD) em todos os modelos de 27 polegadas, com o desempenho gráfico a apontar em força para a utilização, criação e edição de conteúdos de Realidade Virtual.

O novo processador Kaby Lake vai chegar a toda a linha de portáteis, disponíveis a partir desta segunda-feira.

watchOS 4

A Apple anunciou para a nova atualização do sistema operativo dos seus smartwatches um conjunto de novos mostradores (faces), com destaque para a “Siri Face”, que utiliza os sistemas de IA e machine learning já conhecida do sistema. Depois, um mostrador Caleidoscópio e outro com personagens do Toy Story.

A monitorização da atividade física vai ser melhorada, com a introdução de novas funções para diferentes desportos – natação, corrida, ciclismo e ginásio – com algumas marcas de equipamentos profissionais a ligar-se ao smartwatch. A monitorização de mais que uma atividade em simultâneo é outra das novidades da nova versão do sistema operativo de pulso.

A nova versão do watchOS estará disponível no outono.