Depois de Meryl Streep, Judi Dench, Barack Obama, Hillary Clinton, Gwyneth Paltrow, Angelina Jolie e muitos outros, agora é a vez de a Academia dos Óscares falar sobre o escândalo de assédio sexual que envolve o produtor Harvey Weinstein.

Angelina Jolie e Gwyneth Paltrow dizem que foram assediadas por Harvey Weinstein

A Academia disse que as acusações são “repugnantes” e revelou que vai marcar várias reuniões de emergência para definir o futuro papel de Weinstein em Hollywood, “discutir as alegações contra ele e quaisquer ações que possam ser tomadas pela própria instituição.” O produtor e co-fundador da Miramax e da Weinstein Company venceu 81 Óscares, espalhados por filmes como “Shakespeare in Love”, “O Paciente Inglês” e “Pulp Fiction”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A British Academy of Film and Television Arts, responsável pelos prémios Bafta, suspendeu a presença de Harvey Weinstein no organismo.

Hillary Clinton, candidata democrata às presidenciais norte-americanas de 2016, disse em entrevista à CNN que estava “enojada” com as acusações e admitiu doar a associações todo o dinheiro angariado pelo produtor para as suas campanhas – alegadamente, Harvey Weinstein angariou mais de um milhão de dólares para grupos democratas e o Partido Republicano já acusou os opositores de não estarem a fazer o suficiente para se distanciar deste caso.

A modelo e atriz britânica Cara Delevingne revelou através do Instagram a sua própria história com Harvey Weinstein, depois de aplaudir todas as mulheres que decidiram tornar públicas as acusações de assédio sexual. Através de duas instastories, Delevingne conta que se encontrou com o produtor para aquilo que julgava ser uma audição para um papel – terminou a fugir do quarto, depois de Weinstein lhe pedir para beijar outra mulher e de ele próprio ter tentado beijá-la.

O mais recente testemunho é o da atriz francesa Léa Seydoux, que escreveu um artigo para o jornal britânico The Guardian em que conta “a noite em que o Harvey Weinstein saltou para cima de mim”. Seydoux começa o texto por dizer que o produtor nunca a enganou e que sempre percebeu que tipo de homem ele era. Ainda assim, e com medo de que recusar um encontro com ele lhe custasse a carreira, aceitou o pedido de Weinstein para tomar um copo. Acabou por ser convidada para subir até um quarto de hotel – tal como todas as vítimas – onde “ele de repente saltou para cima de mim. Tive de me defender. Ele é grande e gordo, por isso tive de ser agressiva para lhe resistir. Saí do quarto, completamente enojada. Mas não tinha medo dele. Porque sempre soube o tipo de homem que ele era”.

Depois disso, já o vi muitas vezes. Uma noite, no baile da Met Life, eu vi-o a tentar convencer uma mulher a dormir com ele. Toda a gente via o que ele estava a fazer. Isso é o mais nojento. Toda a gente sabia as coisas que o Harvey fazia e ninguém fazia nada. É inacreditável que ele tenha feito isto durante décadas e tenha mantido a carreira”, confessa Léa Seydoux.

Entretanto, esta terça-feira, a mulher de Weinstein anunciou que vai pedir o divórcio. Georgina Chapman afirmou que “é impossível ficar com ele depois de todas as acusações”.

Georgina Chapman abandona Harvey Weinstein: “Tenho o coração partido”