Antes de chegar à presidência do Sporting, que passou a ocupar a 100% depois de março de 2013, Bruno de Carvalho estava ligado ao ramo da construção civil. Mas, como o próprio admite, estava farto. Por isso, lamenta que, quatro anos e meio depois, tenha de dizer que sente saudades desse tempo… em comparação com o futebol.

“Vejo os casos dos emails. Vão-se trocando acusações, mas há cinco anos que denuncio tudo o que se tem agora tornado público. E o que era? Era um demagogo, um incendiário. Era tudo, mas as pessoas agora têm a prova do que eu dizia e começam a entender porque disse, várias vezes, que tenho vergonha de pertencer ao mundo do futebol. Há coisas que, para mim, era impensável ter de lidar e assistir. Vim de um mundo que não é fácil e saí desse mundo da construção civil sem saudade, porque estava farto. Há momentos e há dias em que tenho saudades desse mundo da construção civil, o que é inacreditável para quem estava farto”, atirou no decorrer do almoço comemorativo do 25.º aniversário do Núcleo do Sporting de Almoçageme.

No entanto, a mira do líder verde e branco estava apontada a outros alvos. E houve um pouco de tudo no discurso proferido, do Conselho de Disciplina ao Conselho de Justiça, passando pelos rivais externos e internos.

“O presidente fala do que quiser porque os sócios escolhem o seu presidente nas eleições. Não serão os parceiros, os empresários, os presidentes do Conselho de Disciplina ou os do Conselho de Justiça que me definem regras. Tenho todas, sei os dez mandamentos. Até devia haver um 11.º mandamento: não deverias ser estúpido ao último grau. Infelizmente, já não houve tábua para se escrever. Não pensem que vão calar o presidente do Sporting porque nunca o vão calar. Quanto mais me espicaçam, mais tramados estão”, comentou, tendo como contexto a série de castigos que foi acumulando nos últimos meses, além de algumas declarações públicas recentes.

“O Sporting engripava-se quando os rivais queriam. Não vale a pena encostarem-me, só existe um primeiro lugar e o Sporting tem de ser o clube do ‘orgulhosamente só’. Desengane-se quem anda a dar entrevistas, que aparece como um urubu e está muito preocupado com as minhas alianças. Tenho uma aliança, mas muito fixa no dedo. E a minha mulher nasceu em Lisboa”, salientou, em resposta às críticas internas que têm sido lançadas a propósito de uma aliança com o FC Porto, nomeadamente de Pedro Madeira Rodrigues, candidato derrotado em 2017.

Por fim, Bruno de Carvalho recuperou de novo o tema dos 22 Campeonatos Nacionais do clube de Alvalade, numa perspetiva de respeito e afirmação do Sporting. “Quando não nos preocupamos, durante décadas, com o nosso nome, porque não dizer que temos 22 títulos? Os atletas dessa altura não merecem ser reconhecidos? Entra na cabeça de alguém que as anteriores direções tenham assobiado para o lado? Continuamos impávidos e serenos a falar em 18 títulos, décadas e décadas… Deixámos que, durante décadas, o Sporting passasse para segundo plano. Estamos fartos de sermos os meninos bonzinhos e inteligentes, queremos é ser campeões”, frisou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR