Duas ruas ladeadas pela história da arquitetura portuguesa e pelo contexto político e social desde os anos 1960 compõem a exposição “Os Universalistas”, que é inaugurada na sexta-feira na Casa da Arquitetura, em Matosinhos.
“São duas ruas ou dois boulevards onde se mergulha na história da arquitetura portuguesa, do lado esquerdo, e no contexto político social, do lado direito”, explicou Nuno Sampaio, diretor da Casa da Arquitetura, durante uma conferência de imprensa que decorreu esta quarta-feira.
“Os Universalistas — 50 anos de arquitetura portuguesa” é uma exposição que revisita o último meio século do pensamento e da produção arquitetónica em Portugal e foi apresentada pela primeira vez em 2016 em Paris, no âmbito do 50.º aniversário da presença da Fundação Calouste Gulbenkian na capital francesa.
Segundo o comissário da exposição, Nuno Grande, existe nesta mostra um universalismo “particular e latente no modo como os melhores arquitetos portugueses vêm criando as suas obras, partindo de um equilíbrio constante entre a herança universal da História da Arquitetura e as especificidades geográficas e culturais dos lugares onde as edificam”.
Ao longo da exposição, que abre com uma imagem fotográfica dos professores da Escola de Belas Artes do Porto, em 1976, onde se pode ver Siza Vieira, Fernando Távora, Alcino Soutinho, José Grade, Sérgio Fernandez e Alexandre Alves Costa, há cinco momentos históricos que se destacam, bem como palavras do filósofo e crítico literário Eduardo Lourenço, fotografias de Alfredo Cunha, caricaturas de João Abel Manta e o filme “Revolução”, de Ana Hatherley.
A exposição aborda os temas “universalismo versus (inter) nacionalismo” (1960-1974), “universalismo versus colonialismo” (1961-1975), “universalismo versus revolução (1974-1979), “universalismo versus europeísmo” (1980-2000) e “universalismo versus globalização” (2001-2016).
Em paralelo à exposição “Os Universalistas”, a Casa da Arquitetura recebe também várias atividades que incluem, por exemplo, as palestras intituladas “Herdeiros ou Heréticos? A relevância dos ateliers e coletivos na arquitetura portuguesa”, nos dias 2, 16 e 30 de maio e nos dias 6, 13 e 20 de junho, sempre pelas 18h30, e “Sud-Express: Olhares Internacionais sobre arquitetura portuguesa”, nos dias 27 de junho e 11 de julho, também às 18h30.