A Organização Mundial de Fotografia reconheceu esta sexta-feira o português Edgar Martins como o melhor fotógrafo de natureza morta do mundo e um dos dez melhores do planeta. Natural de Évora mas residente no Reino Unido, o artista ganhou o primeiro lugar com uma série de fotografias que batizou de “Silóquios e Solilóquios na Morte, Vida e Outros Interlúdios”. Mas Edgar Martins foi mais longe: fez a dobradinha e ainda conquistou o segundo lugar com outra série de fotografias. É o único fotógrafo a arrecadar dois prémios Sony nesta edição.

“Este prémio é um reconhecimento de uma maneira de trabalhar que está cada vez mais em desacordo com a prática fotográfica contemporânea. Mais importante ainda, é também um reconhecimento da importância do discurso e da reflexão sobre as tensões e as contradições inerentes na representação da morte violento. E a fotografia é profundamente paradoxal, mas tem um papel fundamental na sua perceção e inteligibilidade”, disse Edgar Martins sobre o facto de ter ganho dois prémios.

Quanto à série que conquistou o ouro, Edgar Martins explica que foram tiradas no Instituto de Medicina Legal e Ciências Forenses em Portugal: “Um número significativo de imagens produzidas lá mostram evidências forenses, como notas suicidas, cartas e outros objetos usados em suicídios e crimes. As imagens aqui incluídas representam a variedade de cartas suicidas escritas por pessoas que acabaram com a própria vida”, explica o fotógrafo. A outra série reconhecida fala sobre “a relação humana com a tecnologia e a indústria e o seu impacto na nossa consciência social e cultural”.

Além de Edgar Martins, há mais dois portugueses destacados pelo concurso de fotografia da Sony: um deles é Adriano Neves, um dos 50 melhores fotógrafos na categoria Arquitetura e que venceu o prémio de melhor fotografia a nível nacional em 2015 e 2016. O outro é António Coelho, que arrecadou o prémio nacional este ano.

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As 96 melhores fotografias tiradas pelo mundo. E Portugal está representado