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Recado para os demissionários, aviso para os contestatários e gratidão: Bruno de Carvalho nas entrelinhas

Este artigo tem mais de 5 anos

Bruno de Carvalho transformou aquilo que todos pensavam ser as suas fraquezas em forças, apesar do "ataque interno e externo sem precedentes" ao Sporting. As palavras do líder, nas entrelinhas.

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ANTÓNIO COTRIM/LUSA

ANTÓNIO COTRIM/LUSA

Uma, duas, três, sete. Quando todos pensavam que o trajeto de cinco anos de Bruno de Carvalho no Sporting tinha chegado ao fim, o presidente leonino mostrou que ainda tinha mais uma vida: apesar de horas a fio em reuniões e chamadas ao longo do dia, entrou sorridente no auditório Artur Agostinho (e, numa das raras vezes quando se trata de um ato oficial e com relevo institucional, sem gravata), leu um comunicado curto, passou a palavra aos representantes de Conselho Fiscal e Disciplinar (neste caso, o único que não se demitiu), da Comissão Executiva da SAD e do Conselho Diretivo (aqui Rui Caeiro,o  representante máximo para as modalidades desde a saída de Vicente Moura) e concluiu a conferência, sem direito a perguntas.

Analisando as frases do líder verde e branco, não houve propriamente notícias como no artigo de opinião que escreveu no DN sobre a situação financeira, mas deixou ideias muito claras nas entrelinhas para o que irá fazer no futuro a breve prazo no clube.

As declarações de Bruno de Carvalho estão a itálico e a interpretação e o comentário estão a amarelo:

“Digo aos sportinguistas que estão aqui presentes membros da Direção, da Comissão Executiva da SAD e do Conselho Fiscal e Disciplinar. O Sporting está a ser alvo de um ataque interno e externo sem precedentes mas não nos vamos demitir! (…)”

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Bastaram duas frases para resumir o grande propósito da conferência: por um lado, e à exceção da Mesa da Assembleia Geral, todos os órgãos estavam presentes a seu lado, incluindo o Conselho Fiscal e Disciplinar através de Fernando de Carvalho, o único elemento que decidiu não apresentar a demissão; por outro, mesmo percebendo todo um cerco que foi sendo montado nos últimos dias e que teve como principal dínamo aquilo que se passou na Academia, não pondera sequer a ideia de sair.

“Temos um empréstimo obrigacionista e pedimos o agendamento de uma Assembleia Geral Extraordinária para ouvir os sócios sobre o que se tem passado, para tudo ser tratado de forma tranquila. Em vez disso, são os de dentro a ajudar nestes ataques de fora, quando temos um jogo importante. Perguntámos à Mesa da Assembleia Geral se queria juntar-se mas a Mesa recusou. Como dizer que esta Direção quer ganhar tempo?”

Ao contar um pormenor que pode gerar muitas dúvidas até em termos estatutários (a Mesa da Assembleia Geral podia ter seguido o convite para se juntar à reunião do Conselho Diretivo, mas também é verdade que os órgãos são autónomos, de tal forma que pode ser eleita a Direção da lista A, a Mesa da lista B e o Conselho Fiscal da lista C), Bruno de Carvalho tentou chutar o ónus da instabilidade para os elementos demissionários e não para os que ficam, ao mesmo tempo que recusou a ideia de ganhar tempo para encontrar uma solução melhor com uma reunião magna porque poderia ser marcada logo após a final da Taça de Portugal e do empréstimo obrigacionista, as duas prioridades neste momento.

“Nos próximos tempos vamos averiguar os interesses cruzados na vida do clube”

Pela primeira vez numa conferência deste género, Bruno de Carvalho repartiu as declarações por Fernando de Carvalho, único membro não demissionário do Conselho Fiscal e Disciplinar que chegou a falar em "cartilhados do Benfica"; Carlos Vieira, um dos administradores da SAD que destacou "o treinador mais bem pago e o plantel mais valioso" do futebol, falando em manobras à volta dos jogadores; Rui Caeiro, vice com o pelouro das modalidades, que abordou a campanha para tirar mérito ao Campeonato do andebol na última temporada. Ainda assim, não deixou de dar o mote para o que se segue a partir daqui no futuro dos leões: não só não se intimida com o cerco que lhe tentaram montar (em situações no passado até lhe deu mais forças) como vai procurar todas as ligações entre membros do atual elenco que estejam demissionários, pessoas do universo Sporting que estejam a influenciar pessoas no interior e até o dedo de algum rival.

“Não nos demitimos a bem do Sporting, pelas responsabilidades que assumimos, não por estarmos agarrados ao poder. A Assembleia Geral Extraordinária é o local próprio para esclarecer tudo. Temos pela frente responsabilidades tremendas e compromissos, como seja um empréstimo obrigacionista, uma reestruturação financeira, uma nova época e tantos outros objetivos nesta época. Estes compromissos exigem união e coesão. Os que sempre garantiram o normal funcionamento do clube são os únicos órgãos executivos, que estão comigo e sempre estiveram. E sempre continuarão”

O remate final onde se percebe pela primeira vez o cunho mais pessoal do Bruno de Carvalho: primeiro, na recusa daquilo que seria mais óbvio de apontar à sua decisão - ou seja, não entende que esteja agarrado ao lugar; depois, na fundamentação de tudo o que está a fazer, deixando no ar a ideia de que se o cerco continuar a apertar e se algum destes objetivos importantes falhar a culpa deverá ser imputada a quem foi "minando" o seu trabalho; por fim, na garantia que tem todas as condições até a nível de pessoas para seguir a linha que tinha vindo a traçar porque apesar das 16 demissões entre Conselho Diretivo, Mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal e Disciplinar, quem ficou é realmente quem "mexe", operacionais esses que, por mais influências que sofram, continuarão a ser leais. Ou, como costuma apelidar, gratidão
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