Os sindicatos dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) marcaram uma greve para sexta-feira porque exigem negociar o contrato coletivo, um protesto que deverá provocar “fortes perturbações” na circulação de comboios, advertiu esta segunda-feira a CP – Comboios de Portugal.

“Por motivo de greve convocada por organizações sindicais da Infraestruturas de Portugal [gestor da infraestrutura ferroviária], a CP informa que se preveem supressões em todos os serviços no dia 12 de outubro”, anuncia a empresa em comunicado.

A CP refere que caso venham a ser definidos serviços mínimos pelo Tribunal Arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social, a informação será, entretanto, atualizada. Porém, a empresa avança que não serão disponibilizados transportes alternativos.

Quem já adquiriu bilhetes para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, InterRegional, Regional e Celta que não se venham a realizar devido à greve, a CP afirma que a empresa “permitirá o reembolso no valor total do bilhete adquirido, ou a sua revalidação, sem custos”.

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Os sindicatos que convocaram a greve exigem “respostas às propostas sindicais tanto da parte da empresa como do Governo” em relação à negociação do acordo coletivo, disse o coordenador do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), José Manuel Oliveira, à Lusa.

“A empresa e o Governo pretendem fazer uma negociação sem a valorização salarial e profissional dos trabalhadores”, defendeu o dirigente sindical, acrescentando que, nesta altura, “há uma grande distância” entre as posições dos sindicatos e da IP para que seja possível um acordo.

Segundo José Manuel Oliveira, além dos aumentos salariais, em causa estão divergências sobre matérias como a duração do tempo de trabalho, o repouso e descanso semanal ou a regulamentação de carreiras.