O Museu da Bíblia em Washington DC diz que cinco dos seus artefactos mais valiosos, que faziam parte dos Manuscritos do Mar Morto, são falsos e, por isso, serão retirados da exposição ao público — segundo os peritos, os artefactos em causa “contêm inconsistências e, por não se saber a sua origem exata, serão removidos dos expositores”.

Estes manuscritos foram descobertos na década de quarenta do século passado e revolucionaram os estudos bíblicos. Com aproximadamente 100 mil fragmentos, os manuscritos incluem passagens do Velho Testamento que foram transcritos há mais de 2000 anos.

Segundo o The Guardian, o Museu da Bíblia enviou 5 fragmentos a investigadores alemães que realizaram um conjunto de testes minuciosos para comprovar a autenticidade dos artefactos.

Embora esperássemos obter outros resultados com os testes, esta é uma oportunidade para mostrar ao público a importância de verificar a autenticidade deste tipo de artefactos bíblicos”, disse Jeffrey Kloha, curador-mor do Museu da Bíblia, ao The Guardian.

Steve Green, o fundador e presidente atual do museu, não revelou à CNN quanto investiu para ter os 16 Manuscritos do Mar Morto que fazem parte da coleção do museu. No entanto, de acordo com o canal americano, embora os peritos tenham vindo a alertar para o problema da venda de relíquias falsas a colecionadores de antiguidades religiosas, este é um mercado com elevado risco para se investir.

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Segundo as declarações de Arstein Justnes, professor de estudos bíblicos na Universiade de Agder, à CNN, desde 2002 surgiram no mercado de antiguidades cerca de 70 Manuscritos do Mar Morto, dos quais 90% foram identificados como falsos.

Contudo, os peritos acusam os colecionadores como Steve Green de serem os culpados pela existência deste mercado paralelo (altamente lucrativo para os falsificadores de arte religiosa), uma vez que compram artefactos desmedidamente sem averiguar a sua origem.

“O museu continua a apoiar e incentivar a análise deste tipo de objetos [os manuscritos] e de outros nas suas coleções, tanto para informar o público sobre métodos de pesquisa, bem como para garantir que as nossas exposições apresentam informações precisas e atualizadas”, concluiu Jeffrey Kloha, o curador do museu, em declarações ao The Guardian.

No entanto, no passado, Steve Green admitiu à CNN que não sabia ao certo quem tinha vendido os fragmentos dos manuscritos, que mais tarde vieram a fazer parte da coleção do museu, afirmando: “Há muitas origens possíveis, embora eu não saiba ao certo de onde vieram os fragmentos”.