Se as contas depois de um 3-0 na primeira mão de uma eliminatória já são fáceis de fazer, no caso de FC Porto e Sp. Braga não deixam mesmo nenhuma dúvida. Ora vejamos: os dragões venceram por cinco vezes com esse resultado na Taça dos Campeões Europeus, da Taça dos Vencedores das Taças e na Liga Europa e passaram cinco vezes à fase seguinte; os arsenalistas perderam por quatro vezes por essa margem nas competições europeias e foram eliminados quatro vezes. Se a isso juntarmos ainda as mais do que evidentes dificuldades dos minhotos nos jogos realizados contra os “grandes”… é fazer as contas.

Manafá caiu, levantou-se e ainda fez a diferença – assim se vê uma equipa (a crónica do FC Porto-Sp. Braga)

Ainda assim, há pelo menos uma pessoa que não parece muito impressionada com esses dados apurados pelo Playmakerstats: Sérgio Conceição. Depois da festa grande que se fez junto do banco dos azuis e brancos entre titulares, suplentes utilizados e não utilizados e equipa técnica após o terceiro golo, da autoria de Brahimi, o treinador dos campeões nacionais preferiu travar um pouco os ânimos, destacando apenas uma vantagem importante que pode ainda não ser decisiva.

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“É uma margem que nos deixa satisfeitos mas nada está decidido, já vi muita coisa no futebol. Há que ter respeito por este Sp. Braga, que é muito competitivo e tem excelentes individualidades. O importante era ganhar e fizemos o terceiro jogo sem sofrer golos. Mostra coesão e trabalho, com toda a equipa a perceber em que zona de pressão tem de limitar o adversário, a perceber os pontos fortes dos esquemas táticos. Fizemos um jogo bastante acima da média. Parabéns aos jogadores. Equipa inicial? Não foi um onze alternativo, foi o melhor para este Sp. Braga. Sábado é outro jogo. Agora é descansar bem, por uma ou duas horas saborear a vitória e daqui a três, quando se deitarem, pensar já no próximo jogo”, referiu na flash interview.

Em paralelo, e num encontro onde começou com Éder Militão, Maxi Pereira, Danilo Pereira, Brahimi, Soares e Marega no banco, Sérgio Conceição explicou ainda as opções por Danilo e Brahimi em vez de Marega à luz dos problemas físicos que os afastaram nos últimos encontros. “São situações diferentes. Brahimi e Danilo tiveram situações num pé, problemas de entorse; o Marega foi muscular e arriscar por dez minutos estando o jogo controlado não fazia sentido. É muito mais prudente desta forma e também porque o Brahimi entrou bem e fez um bom golo. Mas como o Óliver disse na semana passada, os golos é a equipa que os faz. Há sempre jogadores mais contentes do que outros, faz parte das equipas de futebol. Estou cá para todos estarem motivados e tenho um grupo fantástico nesse sentido”, destacou o comandante dos azuis e brancos.

Por fim, e a propósito do segundo de três encontros de grande importância para o FC Porto num curto lapso de oito dias no estádio do Dragão, o técnico admitiu começar a preparar essa receção ao Benfica para o Campeonato (que antecede a segunda mão dos oitavos da Champions, frente à Roma) já esta noite. “O jogo já acabou, agora o pensamento já se encontra no jogo de sábado. Vou chegar a casa tranquilo e se calhar hoje ainda vou tomar umas notas e fazer umas coisas para amanhã. É o normal no trabalho de um treinador”, concluiu o técnico dos portistas na zona de entrevistas rápidas, no dia em que os responsáveis do FC Porto anunciaram oficialmente que já não há bilhetes à venda para essa partida de sábado (20h30).

Mais tarde, e ainda a propósito do clássico que tem a liderança em discussão (o FC Porto tem mais um ponto do que o Benfica), Sérgio Conceição deixou já duas questões no ar em aberto para a equipa que apresentará frente aos encarnados. “Marega? Ele esteve a ativar e sentiu-se bem. Vamos ver”, comentou sobre a possível titularidade do maliano. “Três centrais em boa forma? Tenho quatro, com o Mbemba. Treino todos os dias com eles. Podem muito bem jogar os três. De início ou durante o jogo… Já jogaram os três, podem jogar outra vez… Estão todos disponíveis para jogar, menos o Aboubakar”, referiu depois sobre a hipótese de regresso à titularidade de Éder Militão, que desta vez ficou no banco perante a titularidade de Felipe e Pepe.

«Entrou o Danilo porque era isso que o jogo estava a pedir. Era importante naquela reta final travar o futebol mais direto do Sp. Braga. Dar estabilidade ao meio-campo. O Soares entrou ao intervalo porque estávamos bem na posse e circulação, mas faltava um matador. Estávamos a chegar com facilidade aos cruzamento e faltava só isso. O Brahimi também entrou bem

“A este nível os erros pagam-se caro, não se pode dar nada ao adversário. Deveríamos ter feito golos, criámos para isso. O resultado é demasiado pesado, sem tirar mérito ao FC Porto. Logicamente que temos de ser realistas, o 3-0 dificulta-nos muito mais a tarefa perante este adversário. Vamos recuperar os jogadores porque o mais importante agora é o próximo jogo, frente ao Rio Ave. Tática? Já não é o primeiro jogo contra os grandes. Tentámos de tudo: jogar de igual para igual, blocos médios, mudar de sistema, mas a verdade é que nos pormenores… Hoje reconhecemos que o adversário foi melhor. Não fizemos golos e no último segundo foi demasiado castigador para o que fizemos”, comentou Abel Ferreira, treinador do Sp. Braga. “Não é um momento bom. É o pior da época. Mas temos de contextualizar contra quem são as derrotas”, completou.