Este ano, as Festas de Lisboa vão começar de outra forma. No dia 1 de junho, pelas 19h30, Tatiana-Mosio Bongonga, uma das maiores artistas de funambulismo, vai percorrer 300 metros numa corda bamba de arame esticada a 33 metros de altura na Alameda D. Afonso Henriques, em direção à Fonte Luminosa. A atuação, que fará adivinhar novos horizontes numa alusão à viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães, será feita ao som da Banda da Armada e contará com a participação da companhia circense Basinga.

O espetáculo de Bongonga é apenas um dos muitos eventos que preenchem a extensa programação das festas populares lisboetas, apresentada esta terça-feira, e que inclui, como sempre, arraiais um pouco por toda a cidade, o desfile das marchas populares na Avenida da Liberdade (na noite de 12 de junho), os casamentos de Santo António (também no dia 12) e os tronos dedicados ao padroeiro. Haverá ainda muita música, exposições, teatro e até desporto, com a Corrida de Santo António, no dia do arranque das festividades.

Os arraiais começam logo no dia 1 e, excluindo alguns casos, irão manter-se até ao final do mês. O Arraial Pride vai acontecer este ano a 22 de junho, novamente na Praça do Comércio, das 16h às 4h. Os Santos Pecadores, no Pátio dos Lagares, vai acontecer uma semana antes, a 12 de junho. A “festa mais herege da cidade” promete viajar pelas raízes ancestrais sul-americanas até à extravagância urbana, passando pelo afro eletrónico. Depois do desfile na Avenida da Liberdade, as marchas farão exibições a 7, 8 e 9 de junho na Altice Arena. No dia 15, será a vez das Marchas Infantis se passearem pelas ruas de Belém.

O LU.CA faz anos e a festa vai fazer-se dentro e fora de portas

Será durante as Festas de Lisboa que será celebrado o primeiro aniversário do LU.CA — Teatro Luís de Camões, que abriu portas a 1 de junho do ano passado. Durante três dias, a começar a 31 de maio, o espaço pensado para o público infantil terá uma programação especial e gratuita, que começará no interior do teatro e terminará na rua, onde haverá propostas sobre a história do LU.CA, oficinas e o espetáculos, claro. Também a pensar nos mais pequenos, no primeiro dia do mês, será assinalado o Dia Mundial da Criança com o espetáculo de teatro Guardar Segredo, no Jardim da Quinta das Conchas.

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Entre as muitas exposições organizadas para o mês das festas, incluem-se a mostra 100% Sardinha, onde estarão as seis ilustrações vencedoras do concurso das sardinhas de Lisboa, e A Procissão de Santo António de Lisboa, organizada pelo museu da cidade. Nesta exposição, patente até 30 de junho, contar-se-á a história da procissão que, desde o século XVIII, se realiza no dia 13 de junho em Lisboa. Esta incluirá, pela primeira vez, a representação do cortejo através de mais de 300 peças da autoria dos Irmãos Baraça, família associada ao figurado de Barcelos. No dia 13, o Museu Arpad-Szenes Vieira da Silva vai estar em festa entre as 17h e as 22h. Às 2h30, o ponto alto das celebrações, haverá um espetáculo de video mapping na fachada do museu e no Jardim das Amoreiras, onde fica localizado.

No que diz ainda respeito às exposições, a programação inclui ainda propostas como Ponto de Fuga, de António Cachola, História secreta da aviação e outros meteoritos, de Manuel Zimbro, e Ni le soleil ni la mort, de João Louro. Haverá também espaço para os livros com a Noite da Literatura Europeia, a 8 de junho, e o início da Feira do Livro, que regressa ao Parque Eduardo VII de 29 de maio a 16 de junho.

Já perto do final das Festas de Lisboa, o cinema estará assegurado por mais um CineConchas, que decorrerá de 27 a 29 de junho, sempre às 21h45. “A Revolução Silenciosa” (Lars Kraume), “Hunter Killer” (Donavan Marsh) e “Força Ralph: Ralph vs. Internet” (Phil Johnston e Rich Moore) serão os filmes apresentados. A entrada é livre. Os 500 anos da circum-navegação de Fernão de Magalhães inspiraram o espetáculo Linhagem, do compositor Eurico Carrapatoso, com textos de Fernando Pessoa, D. Dinis e Camilo Pessanha.

O fado volta ao castelo e a homenagem a António Variações

Este ano, o fado vai voltar ao castelo com dois concertos improváveis — o de Ana Moura e Sopa da Pedra (14 de junho) e o de Raquel Tavares e Gospel Collective (15 de junho). Também o festival Com’Paço regressará para apresentar bandas filarmónicas de todo o país em três jardins da cidade (Estrela, Arco do Cego e Alameda D. Afonso Henriques). O concerto de encerramento, com a Banda de Jovens Músicos Com’Paço, terá uma convidada especial — Anabela. O que também já não é novidade é o Lisboa Mistura, um festival de música que celebra a diversidade que faz parte da génese da cidade e que no mês de junho passará pela Quinta das Conchas. De entrada gratuita, incluirá atuações de músicos do Médio Oriente, da América do Norte e de África, nos dias 8 a 10 de junho. Já a Festa do Japão acontecerá a 22 de junho, em Belém.

O concerto de encerramento será dedicado a António Variações, que faria 75 anos. No dia 29 de junho, a partir das 22h, vão passar pelo Jardim da Torre de Belém Ana Bacalhão, Conan Osiris, Lena D’Água, Manuela Azevedo, Paulo Bragança e Selma Uamusse, que interpretarão temas do artista acompanhados pela Orquestra Metropolitana de Lisboa. Os arranjos sinfónicos são de Filipe Melo, Filipe Raposo e Pedro Moreira. A entrada é também livre.

O programa completo das Festas de Lisboa, que decorrem do final de maio a 30 de junho, pode ser consultado aqui