O vocalista dos Diabo na Cruz, Jorge Cruz, explicou nas redes sociais que o seu afastamento da banda antes da última tour daquele conjunto se deve a razões de saúde. Este esclarecimento surge mais de duas semanas depois de a banda ter anunciado o seu fim.

A 22 de maio, Jorge Cruz já tinha anunciado a sua saída na banda, num post onde não tocava nas questões que o levavam a sair do projeto. O silêncio foi agora quebrado na página oficial de Facebook do vocalista dos Diabo na Cruz.

“Antes de mais, peço desculpa aos fãs de Diabo Na Cruz que pretendiam assistir aos concertos deste ano com a formação habitual. Gostava que soubessem que não vou estar presente na tour de despedida, não por falta de vontade, mas por não me ser possível”, escreve o artista.

Jorge Cruz fala tanto de razões artísticas como de razões de saúde para o fim da banda, mas apenas estas últimas estarão por trás do facto de o vocalista da banda não participar na última tour da banda, que conta com 11 datas entre junho e outubro.

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Sobre as razões artísticas, o vocalista diz que estas “vêm sendo ponderadas desde há vários anos”. O fim da banda “era algo que já vinha sendo conversado há bastante tempo e que estava previsto acontecer em breve”. “Poderia ter acontecido em 2016 mas ainda gravámos mais um álbum. Poderia ter acontecido em 2018 mas ainda fizemos os Coliseus. Acabou por ser anunciado agora e ficou combinado acontecer no final da tour deste ano”, disse.

Depois, Jorge Cruz refere que há “razões de saúde” que o “impedem de continuar a dar concertos”.

“Não quis mencioná-las antes, nem pretendo esmiuçá-las aqui, mas são questões anteriores aos concertos dos Coliseus e que se viram agravadas com os trabalhos no grupo. Ao contrário do que aconteceu noutras alturas, em que levei a minha saúde até ao limite para cumprir objetivos de Diabo, desta vez, após o concerto de Évora, percebi que deveria parar de imediato, para não piorar ainda mais a minha condição e poder tratar de melhorar”, acrescentou o vocalista.

“Não quis que as complicações no meu estado impedissem os restantes membros da banda de concretizar as suas expectativas de fazer os concertos de 2019. Por essa razão, aceitei que continuassem com a tour, apesar da minha ausência. Lamento não poder participar. Lamento também a tristeza que se apoderou de tanta gente com estes acontecimentos”, diz o vocalista, que termina dizendo que “ao longo da última década” deu “tudo (…) física e mentalmente” pela banda e pelos seus fãs.

Leia aqui o comunicado de Jorge Cruz na íntegra:

Olá a todos, tenho andado longe das redes sociais mas, entretanto, tive contacto com algumas reacções e gostaria de acrescentar breves esclarecimentos aos comunicados que já foram feitos sobre o fim de Diabo Na Cruz e a Tour de 2019.

Antes de mais, peço desculpa aos fãs de Diabo Na Cruz que pretendiam assistir aos concertos deste ano com a formação habitual. Gostava que soubessem que não vou estar presente na Tour de despedida, não por falta de vontade, mas por não me ser possível. 

No meu comunicado pessoal, não quis dar ênfase a nenhum outro motivo para além daquele que é o principal para o fim do grupo: razões artísticas que vêm sendo ponderadas desde há vários anos. Também não irei debruçar-me aqui sobre razões pessoais (minhas) ou internas (do grupo) que possam ter contribuído para a decisão, porque essas são privadas e julgo que não há nada a ganhar em vê-las dissecadas. No entanto, quero dizer-vos que concordo com quem acha que todas essas razões poderiam ter sido ultrapassadas para concluir uma última Tour (por isso se marcaram as datas), caso não existissem, no presente, razões de saúde que me impedem de continuar a dar concertos. Não quis mencioná-las antes, nem pretendo esmiuçá-las aqui, mas são questões anteriores aos concertos dos Coliseus e que se viram agravadas com os trabalhos no grupo. Ao contrário do que aconteceu noutras alturas, em que levei a minha saúde até ao limite para cumprir objectivos de Diabo, desta vez, após o concerto de Évora, percebi que deveria parar de imediato, para não piorar ainda mais a minha condição e poder tratar de melhorar.

Quanto ao fim da banda, era algo que já vinha sendo conversado há bastante tempo e que estava previsto acontecer em breve. Poderia ter acontecido em 2016 mas ainda gravámos mais um álbum. Poderia ter acontecido em 2018 mas ainda fizemos os Coliseus. Acabou por ser anunciado agora e ficou combinado acontecer no final da Tour deste ano.

Na altura do comunicado, fui aconselhado a justificar a minha ausência da Tour com as razões de saúde mas, por escolha minha, preferi centrar-me naquilo que, para mim, é o mais importante: o trabalho artístico do grupo, que sobreviverá aos obstáculos do presente, e a vontade de fazer um balanço e uma reflexão pessoal acerca deste momento e de 11 anos de trabalho. Compreendo, de qualquer modo, que isso possa ter dado azo a certos equívocos que espero, com estas informações, ajudar a esclarecer.

Não quis que as complicações no meu estado impedissem os restantes membros da banda de concretizar as suas expectativas de fazer os concertos de 2019. Por essa razão, aceitei que continuassem com a Tour, apesar da minha ausência. Lamento não poder participar. Lamento também a tristeza que se apoderou de tanta gente com estes acontecimentos. Aquilo que vos posso dizer é que tenho a consciência tranquila de que fiz tudo o que estava ao meu alcance para viabilizar mais esta jornada de concertos. E de que, ao longo da última década, dei tudo o que tinha de mim, física e mentalmente, por Diabo Na Cruz e pelos seus fãs. Estarei para sempre grato pelo apoio que nos deram.

O resto é música. Alegria, portanto.