A coordenadora do BE defendeu esta quinta-feira que “só não será aprovada uma Lei de Bases da Saúde com a esquerda se o PS não quiser”, considerando que ao negociar à direita os socialistas desdizem tudo o que disseram até agora.
À margem de uma visita a duas famílias de refugiados abrangidas pelo programa de acolhimento da Câmara de Lisboa, Catarina Martins foi questionada pelos jornalistas sobre as declarações do presidente do PSD, Rui Rio, que considerou na quarta-feira haver margem para um acordo com o PS para uma nova Lei de Bases da Saúde.
“Este processo está um pouco confuso e é bom ser claro. Em primeiro lugar, ainda não foi aprovada uma Lei de Bases à esquerda porque o Partido Socialista não quis até agora fazê-lo e só não será aprovada uma Lei de Bases da Saúde com a esquerda se o Partido Socialista não quiser”, afirmou.
A líder do BE apontou assim o facto de o PS decidir “agora negociar à direita, desdizendo tudo o que disse até agora”.
“O Governo, desde que nós abrimos a possibilidade para debater essa proposta, para não ficarmos simplesmente com duas propostas em confronto que se anulassem uma à outra, tem feito tudo para não chegar a bom caminho”, criticou.
Catarina Martins referiu que “primeiro o Governo disse que aceitava a gestão pública e depois recuou”, referindo-se à questão do fim das parcerias público-privadas, que têm estado no centro da discórdia entre socialistas e bloquista
“Agora damos-lhe uma solução para deixarmos para a próxima legislatura aquilo em que não estamos de acordo, mas avançarmos aquilo em que acordamos, e o PS, sem explicar porquê, decide começar a negociar com o PSD uma lei de bases da saúde. O PS é que precisa de se explicar”, atirou.