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Corona mostrou a Sérgio que (pelo menos) no balneário não há ratos – a crónica do V. Setúbal-FC Porto

Este artigo tem mais de 4 anos

FC Porto teve um Bonfim de semana marcada pela "caça ao rato" na Direção (com histórias de papagaios e bois pelo meio) com uma exibição de luxo premiada com goleada frente ao V. Setúbal (4-0).

Corona inaugurou o marcador, foi o melhor do FC Porto na primeira parte e saiu aos 59' por estar "tapado" de cartões (segue-se o clássico)
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Corona inaugurou o marcador, foi o melhor do FC Porto na primeira parte e saiu aos 59' por estar "tapado" de cartões (segue-se o clássico)

Getty Images

Corona inaugurou o marcador, foi o melhor do FC Porto na primeira parte e saiu aos 59' por estar "tapado" de cartões (segue-se o clássico)

Getty Images

Na passada terça-feira, ainda na ressaca da derrota na final da Taça da Liga e das declarações de Sérgio Conceição após o encontro, o FC Porto venceu sem brilho o Gil Vicente no Dragão por 2-1. A história desse jogo, pela falta de qualidade em grande parte do encontro, foi quase nula pela negativa. Este sábado também foi assim mas pela positiva: no Bonfim, frente a um V. Setúbal que atravessava um momento, os dragões foram arrasadores numa partida sem história porque Marchesín fez a primeira defesa a cinco minutos do final. Pelo meio, houve história. Uma história que começou com a citação de um rato, que passou depois a ter papagaios e bois e que desconhece ainda um capítulo final – se é que chegará a esse ponto porque com as vitórias tudo muda.

FC Porto goleia V. Setúbal no Bonfim por 4-0 e chega com sete pontos de atraso ao clássico com o Benfica

Em resumo, foi assim: na sua edição de domingo, o JN utilizou duas expressões citando “uma fonte da Direção” que descreviam as queixas de Sérgio Conceição como “traição” e “tentativa de desestabilização”. Isto no mesmo dia em que, na newsletter diária, Pinto da Costa tinha deixado uma mensagem de total confiança ao treinador, aos jogadores e a todos os membros do plantel. Em quase 40 anos, contam-se pelos dedos das mãos as ocasiões em que o presidente dos azuis e brancas diz uma coisa e alguém dos órgãos sociais refere outra. Uma aconteceu agora. E acabou por agitar o universo dos dragões, a começar logo pelo número 1 da hierarquia.

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Pinto da Costa terá então ligado ao diretor do jornal, Domingos Andrade, para saber quem era a fonte – ao mesmo tempo que acrescentava que a informação não correspondia à verdade. Ao Expresso, o jornalista disse que “acharia estranho, em pleno século XXI, alguém ter a desfaçatez que um jornalista revelasse as suas fontes”. “Nem em Juízo ou sem juízo, jamais revelaria uma fonte”, acrescentou. Mas estava aberta em termos internos uma “caça ao rato”, comentada com a habitual ironia de Pinto da Costa ao Record. “Temos de seguir a ordem dos processos. Em primeiro lugar, tenho de descobrir quem é o papagaio-mor do reino. Depois, quem é o boi do Jamor. Só depois disso é que me vou preocupar em descobrir quem é o rato da Direção”, disse.

Até agora, de forma aparente, continua tudo na mesma. Pelo menos nos órgãos sociais porque, no futebol, o jogo em Setúbal confirmou a tal união pedida por Sérgio Conceição. “Estou a falar desde o roupeiro, ao tratador da relva até ao nosso grande presidente. O que disse no final do jogo da Taça da Liga, disse-o de forma sincera, genuína, era o meu sentimento no momento. Já tive oportunidade de dizer antes isso. Nos clubes de topo que querem ganhar títulos, essa união é fundamental a começar no empregado que pensamos que é o mais simples e que não tem grande relevância numa equipa ou num clube, até o nosso presidente, que é o líder máximo, de quem todos gostamos e respeitamos”, referiu o treinador portista no lançamento do jogo. Em jogo, Corona personificou a ideia de que não existem ratos no balneário e deu a cara por uma goleada que funcionou como bálsamo.

De novo como ala, tendo Wilson Manafá como lateral, o mexicano fez os passes para as primeiras oportunidades de Otávio e Soares, inaugurou o marcador, teve influência no início da jogada que deu o terceiro golo e acabou por sair antes dos 60 minutos, “protegido” de um cartão amarelo que lhe retiraria a possibilidade de disputar o clássico com o Benfica. No final, foi ele que tomou a palavra na habitual “roda”. Corona pode não ter propriamente um perfil de líder mas é cada vez mais um jogador “à FC Porto”, pronto para jogar em posição e a fazer qualquer função em benefício do coletivo. Ou seja, é aquilo que Sérgio Conceição pediu no final da Taça da Liga.

Ficha de jogo

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V. Setúbal-FC Porto, 0-4

19.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Bonfim, em Setúbal

Árbitro: Manuel Mota (AF Braga)

V. Setúbal: Makaridze; Jubal, Artur Jorge, Pirri; Zequinha (Leandro Vilela, 70′), Semedo, Éber Bessa, Mansilla (Nuno Pinto, 75′), Sílvio; Guedes (Hachadi, 62′) e Carlinhos

Suplentes não utilizados: João Valido; Mano, André Sousa e Leandrinho

Treinador: Júlio Velázquez

FC Porto: Marchesín; Wilson Manafá, Mbemba, Marcano, Alex Telles (Vítor Ferreira, 75′); Uribe, Sérgio Oliveira; Otávio, Corona (Romário Baró, 59′), Luis Díaz e Soares (Zé Luís, 68′)

Suplentes não utilizados: Diogo Costa; Diogo Leite, Loum e Marega

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Corona (39′), Alex Telles (44′), Soares (48′) e Luis Díaz (90+1′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Carlinhos (45+2′), Wilson Manafá (61′) e Sérgio Oliveira (72′)

Com Otávio de regresso às opções iniciais e Luis Díaz a surgir como novidade no lugar de Marega assumindo que a equipa podia perder profundidade mas iria ganhar largura no jogo ofensivo, a primeira parte mostrou algo que era difícil de prever mas que se tornou natural. Em seis jogos com o V. Setúbal desde que Sérgio Conceição assumiu o comando do FC Porto, os dragões ganharam sempre com 22 golos marcados e apenas um sofrido. A-vas-sa-la-dor. Mas o domínio dos azuis e brancos foi ainda maior do que este histórico recente de confrontos entre as formações. Exemplos: os portistas marcaram ao 12.º remate, Marchesín não tocou na bola nos 20 minutos iniciais.

Otávio, com um remate na área após assistência de Corona, deixou o primeiro sinal de perigo junto à baliza sadina (9′) mas já aí se notava uma diferença enorme entre os conjuntos, que se notava em campo, na bancada e sobretudo nos bancos, onde Júlio Velázquez acenava de forma contínua para os seus jogadores sem sucesso. Em resumo, era um FC Porto dominador, capaz de desequilibrar pelos corredores laterais mas procurando também o espaço entre linhas pelos alas que jogavam muito por dentro, a pressionar em zonas altas tirando qualquer capacidade de construção a uma formação visitada incapaz de ligar mais do que dois passes do meio-campo para a frente.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do V. Setúbal-FC Porto em vídeo]

Soares, em boa posição descaído sobre a direita da área, teve ainda um remate em zona perigosa mas ao lado da baliza de Makaridze (26′). Era uma questão de tempo até surgir o primeiro golo, que chegou e em dose dupla ainda antes do intervalo: primeiro foi Corona, a conseguir ganhar uma segunda bola após corte incompleto da defesa contrária na sequência de um livre lateral de Sérgio Conceição e a rematar sem hipóteses (39′); depois foi Alex Telles, a receber de forma orientada numa diagonal um fantástico passe de Sérgio Oliveira para atirar cruzado para o 2-0 (44′). Já no terceiro minuto de descontos Éber Bessa ainda teve uma tentativa muito por cima da baliza de Marchesín mas o intervalo chegou sem que houvesse propriamente uma história para contar.

Nunca seria fácil para Júlio Velázquez inverter aquela que era a pior exibição desde que assumiu o comando da equipa, até por chegar numa altura em que o V. Setúbal vinha dando indicações de um crescimento sustentado no plano coletivo que se refletia nos resultados. Faltava organização, inspiração, agressividade, noção dos momentos de jogo. Basicamente, tudo. E mesmo que houvesse uma outra postura a nascer para o segundo tempo, bastaram três minutos para que a mesma ruísse: numa grande jogada iniciada por Wilson Manafá na sua defesa onde foi ainda lá à frente fazer a assistência, Soares aproveitou uma confusão entre Artur Jorge (ainda assim um dos menos maus dos visitados) e Makaridze para ganhar a bola e empurrar para a baliza deserta (48′).

Pela diferença no marcador e pela própria forma como nasceu o terceiro golo portista, o encontro terminou nesse momento. Houve ainda alguns lances que puxaram pela bancada, como a primeira defesa de Marchesín a remate de Carlinhos (85′), uma tentativa de Otávio que bateu ainda na trave (88′) e um lance de Luis Díaz a atirar ao lado antes de fechar o 4-0 no resultado no primeiro minuto de descontos, fazendo a diagonal após assistência de Otávio da esquerda para o meio antes do tiro que ainda foi desviado por Makaridze mas acabou mesmo por entrar. Ainda assim, a maior “vitória” nos derradeiros minutos acabou por ser a fuga dos jogadores “tapados” antes do clássico ao cartão amarelo. Daqui a uma semana, o FC Porto jogará com o Benfica. E aí será tudo menos um treino, como aconteceu esta noite no Bonfim sobretudo depois do 3-0 de Soares no arranque do segundo tempo.

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