Momentos-chave
- Absolvido. O que ganhou e o que perdeu Trump com o impeachment?
- Trump vai falar amanhã ao país
- Trump absolvido da acusação de obstrução do Congresso com 53 votos favoráveis
- Senadores vão votar agora a segunda acusação: obstrução do Congresso
- Trump absolvido da acusação de abuso de poder com 52 votos favoráveis
- Senadores votam a primeira acusação: abuso de poder
- Começa a sessão de votação das duas acusações contra Trump
- Trump Jr. pede expulsão de Romney do Partido Republicano
- Mitt Romney é o primeiro senador republicano a anunciar que vota contra Trump
- Senadores democratas vão votar pela condenação de Trump
- De que é acusado Donald Trump?
- Trump a poucas horas de ser absolvido
Histórico de atualizações
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Absolvido. O que ganhou e o que perdeu Trump com o impeachment?
Com a vitória no Senado, Trump fecha o capítulo do impeachment com uma absolvição. No final, ganhou argumentos e ganhou mais poder. Mas a mancha fica e os democratas conseguiram marcar alguns pontos. Aqui fica a análise do último dia do julgamento de Donald Trump.
Este liveblog fica por aqui, mas o Observador continuará a acompanhar os desenvolvimentos dos próximos dias na política norte-americana — já a começar pela intervenção de Donald Trump esta quinta-feira na Casa Branca.
Absolvido. O que ganhou e o que perdeu Trump com o impeachment?
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Em reação ao resultado do julgamento, Donald Trump publicou no Twitter um vídeo no qual exibe uma capa da revista norte-americana Time e promete manter-se no poder durante muito tempo.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) February 5, 2020
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Trump vai falar amanhã ao país
Donald Trump anunciou através do Twitter que vai fazer uma declaração ao país a partir da Casa Branca às 12h de Washington (17h em Lisboa).
“Vou fazer uma declaração pública amanhã às 12h a partir da Casa Branca para discutir a VITÓRIA do nosso país no embuste do impeachment“, escreveu Trump no Twitter.
I will be making a public statement tomorrow at 12:00pm from the @WhiteHouse to discuss our Country’s VICTORY on the Impeachment Hoax!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) February 5, 2020
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Presidente do Supremo anuncia absolvição de Trump
Na sequência das duas votações, o presidente do Supremo Tribunal dos EUA, John Roberts, anunciou formalmente a absolvição de Donald Trump das acusações de que era alvo.
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Trump absolvido da acusação de obstrução do Congresso com 53 votos favoráveis
Votação relativa à segunda acusação — obstrução do Congresso:
Culpado: 47 votos
Inocente: 53 votos
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Senadores vão votar agora a segunda acusação: obstrução do Congresso
É agora lido o texto completo da segunda acusação de que Trump é alvo: obstrução do Congresso. Os democratas acusam Trump de ter obstruído o funcionamento do Congresso ao impedir funcionários e ex-funcionários da Casa Branca de testemunharem na fase de inquérito do processo de impeachment. Seguir-se-á uma votação nos mesmos moldes que a anterior.
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Trump absolvido da acusação de abuso de poder com 52 votos favoráveis
Votação relativa à primeira acusação — abuso de poder:
Culpado: 48 votos (os 47 democratas e o republicano Mitt Romney)
Inocente: 52 votos
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Senadores votam a primeira acusação: abuso de poder
Os senadores norte-americanos começaram a votar a primeira acusação, de abuso de poder, a primeira das duas acusações de que o Presidente dos EUA é alvo. Cada um dos senadores anuncia em voz alta o seu sentido de voto, chamados por ordem alfabética, dizendo “culpado” ou “inocente”.
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Começa a sessão de votação das duas acusações contra Trump
Já está na sala do Senado o presidente do Supremo Tribunal dos EUA, John Roberts, que vai presidir à votação das acusações. Neste momento, está a ser lido o texto completo da primeira acusação contra Trump, que se refere a abuso de poder.
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Votação começa nos próximos minutos
O Senado norte-americano prepara-se para votar a absolvição de Donald Trump. Acabou de falar o líder da minoria democrata, Chuck Schumer, e fala agora o líder da maioria republicana, Mitch McConnell — que faz a última intervenção da noite antes da votação e dá como garantida a absolvição do Presidente dos EUA.
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Senador republicano diz que ação de Trump foi "inapropriada", mas não merece destituição
Uma coisa é certa: apesar da absolvição quase certa de Donald Trump, nem todos os que o vão absolver estão convencidos de que o Presidente não tenha feito nada de errado no caso da Ucrânia.
Lamar Alexander, do Tennessee, um dos senadores republicanos que chegaram a ponderar chamar John Bolton a testemunhar, afirmou que vai votar contra a condenação porque considera que o Presidente não pode ser destituído “apenas por ações que são inapropriadas”.
“Foi inapropriado que o Presidente tenha pedido a um líder estrangeiro que investigasse o seu rival político e bloqueasse ajuda norte-americana para encorajar esta investigação”, admitiu Alexander, sublinhando que “a questão não é se o Presidente o fez”.
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Trump Jr. pede expulsão de Romney do Partido Republicano
O filho mais velho de Donald Trump, Donald Trump Jr., pediu a expulsão de Mitt Romney do Partido Republicano na sequência do anúncio do senador do Utah relativamente ao sentido de voto esta noite.
“Mitt Romney estará para sempre amargurado por nunca ser Presidente. Foi demasiado fraco para bater os democratas, por isso agora junta-se a ele. Ele é, oficialmente, um membro da resistência e devia ser expulso do Partido Republicano”, escreveu Trump Jr. no Twitter.
Mitt Romney is forever bitter that he will never be POTUS. He was too weak to beat the Democrats then so he’s joining them now.
He’s now officially a member of the resistance & should be expelled from the @GOP.
— Donald Trump Jr. (@DonaldJTrumpJr) February 5, 2020
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Mitt Romney é o primeiro senador republicano a anunciar que vota contra Trump
O senador republicano Mitt Romney anunciou que irá votar a favor da condenação de Donald Trump, tornando-se no primeiro republicano a afirmar que vai contrariar o sentido de voto do próprio partido. Romney está neste momento a intervir no Senado, onde sublinhou que foi uma “decisão difícil”, mas fundada na sua fé.
“A minha fé está no centro de quem sou”, afirmou Romney, acrescentando que tem de ser “consequente” com o juramento que prestou “perante Deus”.
“A grave questão de que a Constituição encarrega os senadores é sobre se o Presidente cometeu um ato que é tão extremo e escandaloso que chegue ao nível de ser um ‘alto crime e delito’. Sim, cometeu”, considerou Romney, justificando assim a sua decisão de votar a favor da condenação de Trump pela primeira acusação (abuso de poder).
“A insistência do Presidente para que [os Bidens] fossem investigados é difícil de explicar de outra forma que não seja como perseguição política”, afirmou. “Com o meu voto, vou dizer aos meus filhos e aos filhos deles que cumpri o meu dever. O que o Presidente foi errado. Gravemente errado.”
Ao The New York Times, numa entrevista que foi divulgada apenas agora, Mitt Romney acrescentou que vai votar para absolver Trump no que toca à acusação de obstrução do Congresso, uma vez que considera que não ficou provado que os democratas tentaram todas as hipóteses que tinham para ouvir as testemunhas no Congresso.
Além de ser o primeiro republicano a anunciar um voto contra Trump, Romney torna-se também o primeiro senador na história a anunciar um voto de destituição contra um Presidente do seu próprio partido.
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Senadores democratas vão votar pela condenação de Trump
Michael Bennet, do Colorado, lamentou que não tenham sido chamadas testemunhas, nomeadamente John Bolton: “Somos o único organismo do planeta encarregado de lidar com a culpa ou inocência deste Presidente e nem sequer conseguimos concordar em trazer testemunhas. Mesmo quando há literalmente testemunhas com conhecimento direto do que o Presidente fez praticamente a bater à porta deste Senado e a pedir para testemunhar.”
Doug Jones, do Alabama, garantiu qual vai ser o seu sentido de voto: “Vou votar para condenar o Presidente pelas duas acusações. As provas mostram claramente que o Presidente usou o peso do seu cargo e o peso do governo dos Estados Unidos para tentar coagir um governo estrangeiro a interferir nas nossas eleições para o seu benefício político pessoal.”
Ben Cardin, do Maryland, questionou a legitimidade de um julgamento sem testemunhas: “O Senado falhou ao não garantir um julgamento justo. Como é que se pode descobrir a verdade se não ouvimos testemunhas sob juramento?”
Kamala Harris, da Califórnia, assegurou que vai votar para condenar “este Presidente ilegal” e deixou um apelo ao resto do Senado: “Peço aos meus colegas que se juntem a mim no lado certo da história”. Harris assinalou ainda que o julgamento de Trump representa o “falhanço” da justiça americana.
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O que vai acontecer esta noite
No final de todas as intervenções por parte dos senadores, o presidente do Supremo Tribunal dos EUA, John Roberts (que preside ao Senado quando este funciona como tribunal de impeachment) vai chamar por ordem alfabética os 100 membros da câmara para se pronunciarem em voz alta sobre a sua intenção de voto.
Segundo explica a CNN, é expectável que a votação dure no máximo 30 minutos.
Para que Donald Trump seja destituído, é necessário que pelo menos dois terços dos senadores considerem que o Presidente é culpado. Tendo em conta que o Partido Republicano detém 53 dos 100 lugares no Senado, seria necessário que 20 republicanos optassem por votar contra o seu partido para que Trump seja condenado — o que é muito improvável.
Formalizada a mais que certa absolvição de Trump, o tribunal de impeachment criado no Senado será dissolvido — e voltará a ter como líder o vice-presidente dos EUA, Mike Pence.
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De que é acusado Donald Trump?
Numa altura em que as intervenções dos Senadores se sucedem, com democratas a anunciar votos a favor da condenação e republicanos a posicionarem-se pela absolvição (pode ver a sessão em direto aqui), importa recordar o que está em causa no julgamento de impeachment.
Donald Trump foi acusado pela Câmara dos Representantes, em dezembro, de abuso de poder e de obstrução do Congresso. As duas acusações foram aprovadas pela maioria democrata que domina a Câmara dos Representantes, sendo depois enviadas para o Senado, a quem cabe o julgamento do Presidente dos EUA. Aqui, porém, são os republicanos que detêm a maioria, pelo que a condenação parece, desde o início, praticamente impossível.
Em causa estão os contactos de Donald Trump, dos membros da sua administração e de advogados e empresários a ele ligados com a Ucrânia. Segundo a acusação, Donald Trump terá tentado pressionar o Presidente ucraniano a investigar — e a anunciar publicamente essas investigações — os negócios de Hunter Biden, filho de Joe Biden, naquele país.
O objetivo seria prejudicar publicamente a imagem do ex-vice-presidente dos EUA e um dos principais candidatos democratas à Presidência dos EUA este ano.
Para pressionar a Ucrânia, Donald Trump teria bloqueado o financiamento do apoio militar prestado pelos EUA àquele país, ameaçando apenas o desbloquear quando as investigações fossem anunciadas. Trump também teria feito depender a realização de uma reunião na Casa Branca entre os dois presidentes (que seria um desejo do recém-eleito Presidente ucraniano, apostado em consolidar a sua legitimidade internamente) do anúncio dessas investigações.
Desde o início do processo, a defesa de Donald Trump tem procurado desmontar a acusação utilizando argumentos legais (sustentando que Trump não cometeu nenhum crime) e destacando que não houve nenhum quid pro quo nos contactos com a Ucrânia.
A Casa Branca também procurou impedir que funcionários e ex-funcionários testemunhassem na fase de inquérito na Câmara dos Representantes, o que levou os congressistas a acusar Trump de obstrução do Congresso.
Uma das testemunhas-chave neste processo seria o ex-conselheiro de segurança nacional John Bolton, que no manuscrito de um livro que pretende publicar em breve afirma explicitamente que Trump lhe disse que pretendia manter a ajuda militar à Ucrânia bloqueada enquanto o país não anunciasse investigações ao seu rival político.
A divulgação desta informação ainda fez tremer as certezas republicanas relativamente a uma absolvição rápida, com o Senado a ponderar intimar John Bolton a testemunhar no julgamento. No final de contas, porém, os republicanos conseguiram bloquear a convocatória de Bolton e avançar para a discussão da absolvição.
Entretanto, já nesta quarta-feira, de acordo com a imprensa norte-americana, os democratas da Câmara dos Representantes estão a ponderar intimar John Bolton para testemunhar perante a câmara baixa do Congresso, continuando as investigações a Trump após a votação de hoje.
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Entretanto, democratas já estão a escolher o candidato para novembro
O último dia do julgamento de impeachment de Donald Trump acontece também num momento em que no Partido Democrata arrancam as primárias, com o objetivo de escolher quem será o candidato democrata às eleições presidenciais de novembro deste ano.
O primeiro estado a escolher o seu candidato foi o Iowa, através do método do caucus, que ficou marcado por um falhanço completo do sistema eletrónico de contagem dos votos.
Só na tarde de terça-feira, algumas horas antes do arranque do discurso de Donald Trump, é que os primeiros resultados começaram a sair, dando para já a vitória a Pete Buttigieg, com 26,9% dos apoios dos democratas daquele estado, seguido de Bernie Sanders, com 25,1%, e de Elizabeth Warren, com 18,3%.
Primárias nos EUA. Resultados iniciais no Iowa dão vitória ao democrata Pete Buttigieg
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O discurso que ofuscou o impeachment
A votação final do julgamento de impeachment de Donald Trump tinha tudo para ser o facto político do dia nos Estados Unidos, não tivesse sido o discurso do Estado da União protagonizado ontem pelo Presidente.
Perante os congressistas da Câmara dos Representantes (que o acusaram) e do Senado (que o estão a julgar), Trump não disse uma única palavra sobre o impeachment. Em vez disso, encenou um verdadeiro reality-show feito a pensar nas câmaras de televisão: entregou uma medalha a um comentador político e uma bolsa escolar a uma estudante — e, num verdadeiro momento ao estilo de Oprah Winfrey, promoveu nas galerias do Congresso um reencontro familiar entre um militar norte-americano regressado do Afeganistão e a sua mulher e filhos.
Tudo para, no final, ver o óscar de melhor momento dramático ser levado pela presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, que no ano passado foi a voz do anúncio do impeachment. Quando Trump ainda ouvia os aplausos do final do discurso, Nancy Pelosi rasgou efusivamente a sua cópia da intervenção do Presidente, atirando os pedaços de papel para cima da secretária.
Pode ler tudo o que aconteceu na noite de terça-feira aqui.
Do reencontro familiar ao discurso rasgado, o Estado da União de Trump foi um reality-show
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Trump a poucas horas de ser absolvido
Boa tarde,
É hoje que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deverá ser formalmente absolvido das acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso que pendem sobre ele no julgamento de impeachment.
Após duas semanas de julgamento no Senado norte-americano, em que os democratas tentaram convencer os senadores da culpabilidade de Trump e da necessidade de o destituir do cargo de Presidente, ficou claro que os republicanos não vão deixar que isso aconteça — e a votação desta quarta-feira tem o resultado praticamente definido à partida.
Os republicanos queriam que a votação final do julgamento tivesse acontecido na última sexta-feira, terminando o processo antes do aguardado discurso do Estado da União, proferido por Donald Trump ontem à noite. Porém, os senadores decidiram adiar o voto três dias, permitindo que todos se pronunciassem sobre os motivos do seu sentido de voto.
Os senadores estão desde a manhã desta quarta-feira a fazer essas intervenções — tendo cada um 10 minutos à sua disposição. A votação final deverá ocorrer por volta das 16h de Washington, altura em que serão 21h em Lisboa.
Vamos acompanhar o último dia do julgamento neste liveblog.