Esta segunda-feira era suposto o caucus do Iowa dar a conhecer os primeiros indicadores sobre quem serão os candidatos do partido democrata na corrida principal marcada para 3 de novembro, mas o caos instalou-se e ainda não são conhecidos quaisquer resultados. A divulgação dos números finais foi adiada após “inconsistências” na recolha de dados. A situação criou uma “confusão generalizada”, relata o The New York Times.

Cinco horas depois do início da votação, os democratas continuava sem divulgar os resultados, com a organização a falar de “incoerências na compilação” e na necessidade de garantir “dados fidedignos”, desmentindo qualquer irregularidade, como avançado pelo campo do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Citado pelo mesmo jornal norte-americano, um porta-voz do partido democrata garantiu que não se trata de “hacking” ou de uma “intrusão”. O partido está agora a utilizar fotografias e formulários de papel para validar os dados, os quais serão apenas conhecidos no final desta terça-feira. As inconsistências detetadas não terão, no entanto, posto em causa os resultados.

Numa conferência telefónica que envolveu as diferentes campanhas presidenciais, fontes oficiais do Partido Democrata de Iowa afirmaram que o atraso se deveu a novas regras que exigem que os líderes do caucus reportem três conjuntos de números às sedes dos partidos ao invés do total dos delegados. Há quem aponte o dedo para falhas tecnológicas, referindo-se à aplicação criada pelos organizadores do caucus.

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A falta de resultados não impediu, porém, que vários candidatos democratas discursassem perante os seus apoiantes ao final da noite de segunda-feira (hora local). Praticamente todos eles afirmaram que esperam alcançar uma posição forte. Há 11 pré-candidatos democratas na corrida.

“Parece que vai ser uma longa noite, mas estamos otimistas”, disse o ex-vice-presidente Joe Biden. Já o senador Bernie Sanders afirmou ter um “bom pressentimento” de que as coisas iam correr “muito, muito bem em Iowa”. “Hoje marca o início do fim para Donald Trump”, acrescentou.

A confusão gerada resultou numa reação de Donald Trump Jr., filho do atual presidente dos EUA, que no Twitter escreveu “Se eles não conseguem fazer um caucaus, como é que vão conseguir governar o país?”.

Na mesma linha seguiu o republicano Brad Parscale, homem-chave da campanha de Trump, que aproveitou para falar no “o colapso do Partido Democrata”: “Nem conseguem gerir a votação e querem gerir o Governo. Não, obrigado”.

As primárias norte-americanas vão estender-se a todos os 50 estados e a vários territórios dos EUA, com o término previsto para meados de julho, altura em que acontece a convenção nacional do partido.