As autoridades de saúde da China anunciaram esta noite os números relativos à evolução do surto de coronavírus no país na quinta-feira.

Segundo a agência governamental, citada pela imprensa internacional, o país que está no centro do surto registou esta quinta-feira 327 novos casos de infeção (dos quais 318 foram na província de Hubei, epicentro do vírus).

A mesma agência adiantou que morreram 44 pessoas nesta quinta-feira. Destas, 41 morreram na província de Hubei, duas em Pequim e uma em Xinjiang.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas decidiu abrir exceções humanitárias às sanções económicas impostas à Coreia do Norte para ajudar o país a combater o surto de coronavírus, disse o embaixador alemão junto da ONU citado pela France Presse.

Segundo aquele embaixador, o Conselho de Segurança da ONU decidiu aprovar imediatamente a exportação para a Coreia do Norte de equipamento utilizado para combater o coronavírus, abrindo uma exceção às sanções económicas impostas ao país para forçar o regime de Kim Jong-un a desistir do programa nuclear.

A Coreia do Norte é o país mais fechado do mundo e tem equipamentos médicos de muito baixa qualidade, que não servirão para tratar eventuais pacientes infetados com o coronavírus. A opção do regime norte-coreano foi a de fechar por completo as fronteiras.

A ONU já contactou a Coreia do Norte para pedir ao regime que abra a fronteira e permita a entrada do equipamento.

Neste momento, segundo adiantou o embaixador alemão Christoph Heusgen, a ONU não tem informações sobre o impacto do surto no país. “O país está fechado e a informação que sai de lá é extremamente limitada”, disse Heusgen.

Têm-se multiplicado relatos não confirmados sobre o coronavírus na Coreia do Norte, nomeadamente sobre a suspensão completa de todos os transportes internacionais e o adiamento do início do novo ano escolar.

Numa altura em que Portugal continua sem qualquer caso confirmado em território nacional, a situação em Espanha vai-se agravando. Neste momento, são 23 os casos confirmados no país vizinho.

Só na Comunidade Valenciana foram confirmados sete novos casos de contágio. O primeiro caso foi o de um jornalista de 44 anos que havia viajado até Milão para cobrir um jogo de futebol do Valencia CF. Durante a tarde, mais seis casos viriam a ser confirmados. Destes, quatro estavam relacionados com o jornalista. Os outros dois eram cidadãos que também tinham regressado há poucos dias de Milão.

O jogo de futebol entre o Valencia CF e o Atalanta, para a Liga dos Campeões, que decorreu na quarta-feira da semana passada na cidade italiana de Milão, está no centro de um dos principais focos de preocupação em Espanha. Isto porque se estima que cerca de 2.500 adeptos do Valencia CF tenham viajado até Milão para assistir ao jogo e regressaram recentemente a Espanha.

A estes sete, juntaram-se mais cinco casos nas regiões de Madrid, Barcelona e Castela e Leão, também confirmados esta quinta-feira. No total, até agora, foram 23 as pessoas infetadas com o coronavírus em Espanha. Dois pacientes já tiveram alta.

De acordo com o jornal espanhol El País, o aumento do número de casos está a colocar pressão nos serviços de emergência espanhóis, ao ponto de o próprio serviço de atendimento do 112 estar neste momento sem efetivos suficientes para dar conta de todas as chamadas. O número de telefonemas duplicou nesta quinta-feira.

O governo dos Países Baixos confirmou esta noite o primeiro caso de infeção com o coronavírus no país, de acordo com um comunicado do Instituto Nacional para a Saúde Pública do país.

Trata-se de uma pessoa que regressou recentemente da região italiana da Lombardia e que se encontra atualmente em isolamento.

As autoridades de saúde holandesas estão neste momento a tentar mapear todos os contactos do cidadão em causa, de modo a perceber de que forma o vírus se pode ter espalhado no país.

Um homem de 31 anos é o primeiro caso suspeito de coronavírus no arquipélago dos Açores, anunciou esta quinta-feira a Autoridade Regional de Saúde da região autónoma num comunicado.

“Trata-se de um indivíduo do sexo masculino, com 31 anos, residente no concelho da Praia da Vitória, que regressou no dia 19 de fevereiro de Milão, Itália”, detalha a autoridade de saúde.

“Este caso está já a ser acompanhado pelas autoridades de saúde e, de acordo com os procedimentos fixados, serão agora realizadas as colheitas de amostras biológicas para diagnóstico laboratorial”, lê-se no comunicado.

Na mesma entrevista à SIC Notícias, a ministra Marta Temido anunciou que os hospitais estão e levar a cabo um aumento em 20% dos stocks de medicamentos, equipamentos de proteção e materiais clínicos com o objetivo de dar resposta a uma eventual subida do número de casos em Portugal.

“O Infarmed e os hospitais, através de um grupo próprio de aquisição destes medicamentos, estão a trabalhar e têm autorização para aumentar os seus stocks em 20%, de forma a garantir um stock para três meses, que foi aquilo que estimámos como adequado”, afirmou Marta Temido.

A ministra da Saúde disse também que Portugal está a colaborar com outros países europeus no fornecimento destes materiais, mas sem pôr em causa o stock português. “Temos apenas um fornecedor nacional nesta área e temos de ser muito criteriosos na forma como gerimos todas estas dimensões”, disse.

“Equipamentos como os equipamentos de proteção individual são algo que tem de ser gerido com a devida precaução, porque faz falta, até a outros países. Temos tido contactos de outros países europeus com alguma falta, a pedir colaboração e articulação para, por exemplo, partilha de máscaras”, afirmou a governante.

Depois de ter avançado que o coronavírus tinha sido transmitido de morcegos para os pangolins (e depois para os humanos), a Universidade Agrícola do Sul da China admite que houve um erro nos testes.

Afinal, o pangolim não está na origem do novo coronavírus

A ministra da Saúde, Marta Temido, está neste momento a dar uma entrevista à SIC Notícias e afirmou que Portugal se encontra “numa fase de contenção alargada”.

“Estamos preparados para que um cenário semelhante àquele que está a acontecer em Itália possa acontecer também no nosso país. O que, de acordo com uma previsão de risco normal, é bem possível que aconteça. Aliás, o Centro Europeu para o Controlo de Doenças diz exatamente isso, que os países europeus se devem preparar para um contexto semelhante àquele que a Itália está a viver neste momento”, afirmou Marta Temido.

Concretamente, isto significa que “passámos da fase em que temos ainda os hospitais de primeira linha e, sobretudo, o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, como laboratório de referência a realizar a totalidade das análises, para uma fase em que temos mais hospitais do que os primeiros três, temos já 10 hospitais preparados para entrar, se for necessário, em modo de acolhimento de doentes, e temos mais capacidade laboratorial para responder àquilo que neste momento é a situação que já temos: o maior número de casos a surgir de hora a hora, para serem validados”.

Marta Temido destacou ainda a relevância da formação e capacitação dos profissionais do Serviço Nacional de Saúde, que conta atualmente com 130 infecciologistas.

Além de Adriano Maranhão, há um outro cidadão português hospitalizado no Japão “por indícios relacionados com o coronavírus”, confirmou ao Observador fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

“Ambos dispõem dos cuidados médicos necessários e são apoiados pela embaixada portuguesa em Tóquio. Um deles pede que a sua situação seja mantida privada, direito que inteiramente se respeita”, disse a mesma fonte.

A confirmação surge depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros ter referido, aos jornalistas, a existência de um segundo cidadão possivelmente infetado com o coronavírus.

“Há um cidadão português que está internado num hospital do Japão, que é tripulante num navio de cruzeiro e está a receber tratamento [Adriano Maranhão]. Há outro cidadão português nas mesmas circunstâncias. Há três tripulantes portugueses que ainda estão a bordo desse navio de cruzeiro, todos eles têm sido submetidos a testes que têm sempre dado resultados negativos, portanto estão bem. Não tenho conhecimento de mais nenhum português residente no estrangeiro que nos tenha contactado”, afirmou Santos Silva durante a tarde.

Houve 27 novos casos suspeitos nas últimas 24 horas em Portugal, de acordo com o briefing da Direção-Geral da Saúde (DGS). Destes novos casos, 26 são provenientes do norte de Itália e um do Japão. Não há nenhum caso confirmado de Covid-19, tal como já tinha sido avançado ao Observador por fonte oficial da DGS.

No total, foram registados 52 casos suspeitos em Portugal, 36 dos quais deram negativo após testes. Aguardam-se ainda o resultado de 16 casos suspeitos. O risco para a saúde pública mantém-se moderado a elevado, tal como ontem.

“Tendo em conta a situação epidemiológica mundial, é necessário considerar a hipótese da importação de casos de doença de cidadãos provenientes da China ou de outras áreas com transmissão comunitária ativa”, lê-se ainda no documento da DGS.

Morreram mais 5 pessoas vítimas do novo coronavírus em Itália, avançou hoje a proteção civil italiana, aumentando o número de mortos para 17.

O número total de casos atingiu os 650, 40 deles já curados.

Marcelo Rebelo de Sousa pondera alterar a agenda presidencial ou cancelar alguns compromissos internacionais por causa do surto de coronavírus.

“Vamos ver a evolução dos acontecimentos para ver se é necessário mudar planos e cancelar uma ou outra deslocação ou compromisso, e se é proporcional cancelar tudo ou se há que reajustar programas”, disse há minutos aos jornalistas Marcelo Rebelo de Sousa.

“O Presidente da República tem alguns compromissos internacionais próximos, vai certamente acompanhar a evolução dos acontecimentos, adotando este princípio: a necessidade e a proporcionalidade. É necessário e é proporcional? Adotará um comportamento necessário e proporcional às cicrcunstâncias do momento”, disse Marcelo.

Todos os casos suspeitos de coronavírus em Portugal são negativos, confirmou ao Observador fonte oficial da Direção-Geral da Saúde.

Desde a divulgação do último boletim epidemiológico, na quarta-feira, que se aguardavam os resultados das análises a sete pessoas internadas em três hospitais portugueses.

A DGS continua, porém, sem divulgar o boletim desta quinta-feira, através do qual será possível saber oficialmente se existem ou não novos casos suspeitos a aguardar resultados dos testes.

A divulgação do documento estava agendada para as 18h.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já falou com Adriano Maranhã, o português infetado com coronavírus que está internado num hospital japonês.

“Já consegui falar com o nosso compatriota, ontem, e que, como aliás ele já referiu publicamente, sente que está a ser tratado, acompanhado, e reconhece as diligências do Governo português junto das autoridades japonesas para que tudo corra o melhor possível na recuperação nas próximas semanas”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.

Questionado sobre se iria alterar o seu comportamento quotidiano, marcado pelos numerosos cumprimentos a cidadãos na rua, Marcelo sublinhou a necessidade de haver uma “atenção” à forma como as pessoas interagem, sobretudo em grandes multidões.

A corrida às máscaras de proteção provocou um autêntico “faroeste” no site da Amazon.es, com máscaras a ascender aos mil euros. A maioria delas não protege contra o vírus e são provenientes da China.

Coronavírus. Há quem venda máscaras na Amazon a mil euros cada

O número de pessoas infetadas com coronavírus em França passou de 18 para 38, anunciou o ministro da Saúde, Olivier Véran, citado pelo jornal francês Le Monde. O governante assinalou que o número ainda pode aumentar, uma vez que ainda há casos suspeitos a serem analisados.

As escolas e as empresas no Reino Unido poderão ficar fechadas durante dois meses caso o surto de coronavírus se intensificar no país, alertou o conselheiro nacional de saúde de Inglaterra, Chris Whitty. No Reino Unido existem quatro conselheiros nacionais de saúde: para Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte e cada um deles tem como principal função ajudar o governo em matéria de Saúde Pública.

De acordo com o professor Chris Witty, também os principais acontecimentos desportivos e outras grandes concentrações de pessoas seriam banida por igual período de tempo. Caso o Covid-19 se alastrar pelo Reino Unido, terá um “custo social” muito pesado, acrescentou.

“Uma das coisas muito claras com este vírus, muito mais do que com a gripe, é que – seja o que for que façamos – vamos ter de fazê-lo por um longo período de tempo, provavelmente por mais de dois meses”, disse Witty num discurso dirigido a profissionais de saúde num evento médico em Windsor. “As implicações não são triviais, por isso precisamos de pensar nisto cuidadosamente. Se sair fora de controlo enfrentaremos um problema realmente sério para a sociedade” britânica.

Ainda de acordo com a TVI, o centro de saúde de Fernão Ferro, no concelho do Seixal, terá identificado um doente como suspeito de estar infetado com o coronavírus.

Este doente deverá ser encaminhado para um hospital de referência na cidade de Lisboa.