O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior garantiu esta segunda-feira que Portugal quer estar na linha da frente da rede europeia de computação avançada e salientou a importância dos novos centros de competência para garantir essa meta.

“Estamos a tentar garantir que Portugal está, juntamente com outros oito países europeus, na linha da frente daquilo que se faz em computação avançada, quer em termos do acesso, quer em termos dos recursos”, afirmou Manuel Heitor na Covilhã, distrito de Castelo Branco, onde  presidiu esta segunda-feira à cerimónia de assinatura de um protocolo entre a Fundação para a Ciência e Tecnologia e a Universidade da Beira Interior (UBI), com vista à criação de um Centro de Competência em Computação Avançada.

O centro fará parte de um total de seis centros (Aveiro, Porto, Lisboa, Faro, Vila Real, Covilhã), que deverão ser instalados até ao final do primeiro semestre do próximo ano, a par com a instalação do novo supercomputador, que ficará no Minho. O objetivo passa por reforçar a capacidade de recursos e acessos e consequentemente de produção científica nacional no domínio das competências digitais avançadas, inteligência artificial e “big data”.

Lembrando que hoje em dia praticamente já não há atividade social, económica ou científica ou académica que não tenha uma forte componente de digital, Manuel Heitor destacou a importância de reforçar essa rede e destacou que tal também contribui para cumprir os objetivos europeus.

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Portugal é país fundador da nova iniciativa europeia para aumentar a capacidade computacional na Europa. Portanto, este é um esforço importante e queremos, obviamente, que a Covilhã e a UBI, no seu contexto de progressiva internacionalização em redes europeias, tenha acesso ao melhor que se faz na Europa, referiu.

Segundo especificou, os centros de competências que estão a ser estarão ligados aos centros operacionais de Portugal, que por sua vez, está ligada à rede espanhola (supercomputador de Barcelona) e à rede europeia, permitindo assim o acesso ao grande volume de dados, que está criado e que poderá ajudar a viabilizar as investigações.

O ministro também salientou a importância de reforçar esse acesso em diferentes áreas do território, “particularmente nas zonas críticas” que, até agora, não dispunham desse acesso facilitado aos dados que todos os dias são armazenados no setor público e que podem contribuir para as mais diferentes investigações, desde a área da saúde, à simples previsão do tempo.

“No fundo é uma sala onde as pessoas podem ter acesso a esses grandes computadores e ter acesso a esse poder computacional”, detalhou.

Um espaço que, no entender do governante, também contribuirá para “reforçar capacidade da UBI em atrair estudantes e investigadores de toda a Europa“, uma vez que têm forma de se ligar melhor à rede europeia de dados.

Assumindo que não é possível ter um centro de competências em cada instituição de ensino superior, o governante também admitiu a possibilidade de a rede poder vir a ser “gradualmente alargada” a outras universidades ou politécnicos.

Além disso, que o acesso prioritário será para investigadores e comunidade académica, mas considerou que “faz cada vez mais sentido” que estes centros também sejam gradualmente abertos, quer à administração públicas, quer às empresas.