Carlos Calado e sobretudo Naide Gomes foram os primeiros atletas nacionais a conseguir mostrar que Portugal não era apenas um país de fundo e meio fundo de referências como Fernanda Ribeiro, Rui Silva, Carla Sacramento ou Sara Moreira (olhando apenas para esta competição porque a lista é extensa fora desse âmbito com Carlos Lopes, Rosa Mota, Paulo Guerra e Fernando Mamede, entre tantos outros), Francis Obikwelu introduziu a velocidade nos livros de ouro, Nelson Évora começou uma nova era que teve prolongamento com Patrícia Mamona, Auriol Dongmo e Pedro Pablo Pichardo. Portugal chegou às 26 medalhas em Europeus de Pista Coberta e teve em Torun a sua melhor participação de sempre, não apenas a nível de ouros mas de forma mais abrangente.

Portugal igualou as três medalhas de 2002 em Viena (curiosamente nas duas maiores delegações de atletas de sempre) mas conseguiu pela primeira vez ganhar três ouros, superando os dois de 1996 em Estocolmo. Ao mesmo tempo, Patrícia Mamona tornou-se a sétima atleta nacional com mais do que uma medalha da competição, depois de já ter ganho a prata em Belgrado, em 2017. Rui Silva, Naide Gomes (ambos com quatro), Fernanda Ribeiro, Carla Sacramento, Nelson Évora (todos com três) e Sara Moreira (duas) são os restantes seis.

Com isso, Portugal foi o segundo país com mais medalhas de ouro nestes Europeus de Pista Coberta, apenas superado pelos Países Baixos (quatro: Femke Bol nos 400 metros, Nadine Visser nos 60 metros barreiras e estafetas masculina e feminina dos 4×400 metros). No ranking de todas as medalhas, a delegação nacional ficou na nona posição com três medalhas (as mesmas de Ucrânia, Itália e Finlândia), atrás de Grã-Bretanha (12), Polónia (dez), Países Baixos (sete), Alemanha (seis), Espanha, Bélgica (ambos com cinco), Suécia e França (quatro).

E, a par das medalhas de ouro de Auriol Dongmo, Pedro Pablo Pichardo e Patrícia Mamona, houve outros bons resultados que reforçaram essa grande participação, casos de Francisco Belo no peso (quarto lugar com um novo recorde nacional em Pista Coberta), Carlos Nascimento nos 60 metros (quinto lugar com recorde pessoal naquele que foi o segundo melhor resultado na distância), Mariana Machado nos 3.000 metros (atingiu a final, onde acabou em 11.º, batendo o recorde nacional Sub-23) e Samuel Barata também nos 3.000 metros (não conseguiu o apuramento para a final mas bateu por larga margem o recorde pessoal, com uma grande marca que ficou apenas atrás de Rui Silva e Luís Feiteira nos 3.000 metros em Pista Coberta).

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15 medalhas de ouro

2021 (Torun): Auriol Dongmo (peso), Pedro Pablo Pichardo (triplo salto) e Patrícia Mamona (triplo salto)

2017 (Belgrado): Nelson Évora (triplo salto)

2015 (Praga): Nelson Évora (triplo salto)

2013 (Gotemburgo): Sara Moreira (3.000 metros)

2011 (Paris): Francis Obikwelu (60 metros)

2009 (Turim): Rui Silva (1.500 metros)

2007 (Birmingham): Naide Gomes (comprimento)

2005 (Madrid): Naide Gomes (comprimento)

2002 (Viena): Rui Silva (1.500 metros)

1998 (Valência): Rui Silva (1.500 metros)

1996 (Estocolmo): Carla Sacramento (1.500 metros) e Fernanda Ribeiro (3.000 metros)

1994 (Paris): Fernanda Ribeiro (3.000 metros)

9 medalhas de prata

2019 (Glasgow): Nelson Évora (triplo salto)

2017 (Belgrado): Patrícia Mamona (triplo salto)

2011 (Paris): Naide Gomes (comprimento)

2009 (Turim): Sara Moreira (3.000 metros)

2002 (Viena): Carla Sacramento (3.000 metros) e Naide Gomes (pentatlo)

2000 (Gent): Rui Silva (3.000 metros)

1998 (Valência): Fernanda Ribeiro (3.000 metros) e Carlos Calado (comprimento)

2 medalhas de bronze

1994 (Paris): Carla Sacramento (800 metros)

1986 (Madrid): João Campos (3.000 metros)