Depois do eletrizante FC Porto-Oliveirense que abriu a Final Four da Liga Europeia, em que os dragões tiveram uma entrada tenebrosa com quatro golos sofridos em 15 minutos antes de uma grande recuperação que virou a partida para 6-4, Benfica e Sporting lutavam pela outra vaga no encontro decisivo da competição, com as equipas a atravessarem momentos positivos na época mas com vantagem dos encarnados até este momento.
Após o empate na Luz na terceira jornada do Campeonato, o Benfica ganhou a final da Taça 1947 nas grandes penalidades e foi depois vencer pela primeira vez na história ao Pavilhão João Rocha na segunda volta da fase regular da Liga, sendo que os últimos encontros oficiais com Liceo, Barcelona ou FC Porto mostraram uma equipa encarnada bem melhor do que no arranque de temporada. No entanto, os leões voltaram a aparecer num momento decisivo, não carimbaram o triunfo no prolongamento (5-5) mas ganharam nos penáltis (7-6) repetindo a final de 2018/19, quando o conjunto verde e branco derrotou o FC Porto e voltou a ser campeão europeu 42 anos depois do triunfo do Cinco Maravilha com Ramalhete, Rendeiro, Sobrinho, Chana e Livramento.
À semelhança do que aconteceu na semana passada no Dragão frente ao FC Porto, o Benfica teve uma entrada a todo o gás e inaugurou o marcador com pouco mais de um minuto jogado, numa recarga de Carlos Nicolia após livre direto ao poste por cartão azul a Telmo Pinto. Esse arranque deixou o Sporting pouco confortável nos minutos que se seguiram, onde as saídas rápidas e combinações ofensivas dos encarnados tiveram ainda mais duas bolas nos postes da baliza de Ângelo Girão antes de um tiro dos leões também ao ferro que deu o mote para o golo do empate por Matías Platero, internacional argentino que deu seguimento a um passe de Pedro Gil (13′).
A partir daí, o dérbi foi mais equilibrado, com chances nas duas balizas e de novo o Sporting a conseguir ter forças para responder a novo golo do Benfica antes do intervalo: aproveitando uma falha de João Souto a tentar aliviar a bola da área, Gonçalo Pinto assistiu Lucas Ordóñez e o argentino marcou o 2-1 ao segundo poste (18′) mas Ferrant Font, num grande trabalho individual com remate ao ângulo da baliza de Pedro Henriques (23′).
O segundo tempo teve uma entrada de loucos, com dois golos logo no minuto inicial entre uma recarga de Lucas Ordónez após remate de Edu Lamas defendido por Girão e mais um fantástico momento de Font com uma assistência para o desvio de Toni Pérez à boca da baliza. O dérbi prometia muito até a nível de golos mas o que se seguiu foi um encontro com mais tática e organização do que no primeiro tempo, oportunidades para os dois lados, um lance mais flagrante num livre direto pela décima falta dos encarnados em que Font tentou o bonito com uma “picadinha” mas a bola passou a rasar a trave mas um jogo a ir para prolongamento, onde Platero deu pela primeira vez vantagem ao Sporting após assistência de Gonzalo Romero (52′), Aragonés empatou após passe de Nicolia num erro dos leões (54′), Font concluiu uma grande jogada ofensiva (55′) e Nicolia a colocar a bola na gaveta num tiro descaído sobre a direita (57′). Mais dez minutos, tudo empatado na mesma (5-5).
Nos penáltis, Verona foi decisivo ao marcar duas das 14 tentativas, dando a vitória ao Sporting num final muito polémico em dois momentos: primeiro Diogo Rafael marcou a última das cinco tentativas, ainda festejou o triunfo mas o árbitro explicou que ainda não tinha dado ordem para a marcação (sendo que Girão estava de um metro à frente da linha de baliza); depois, com a última defesa ao remate de Nicolia, Girão atingiu o argentino com a bola nos festejos, os ânimos aqueceram mas tudo acabou por serenar entre os dois conjuntos.