O Presidente Emmanuel Macron anunciou esta segunda-feira as medidas que vão guiar França durante o resto do verão. Numa declaração ao país, o chefe de Estado mostrou-se preocupado com a difusão da variante Delta e até citou Portugal para apontar o impacto que esta pode ter no aumento de casos diários. “Se não atuarmos hoje, o número de infeções vai continuar a aumentar”, afirma.

No início do discurso, Macron começou por incentivar os franceses a vacinar-se, esperando atingir a meta de 100% da população inoculada. “Só assim podemos derrotar o vírus”, assinala. Para os profissionais de saúde, funcionários de lares e cuidadores ao domicílio a vacinação vai tornar-se obrigatória já a partir de 15 de setembro. Caso não sejam vacinados, os responsáveis poderão sofrer sanções, tal como acontece na Grécia a partir de 1 de setembro.

Grécia determina vacinação obrigatória para profissionais de saúde

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Dependendo da maneira como a pandemia evolui, o chefe de Estado pondera refletir sobre o alargamento da vacinação obrigatória para toda a população, caso continue a haver resistência. “É uma questão de responsabilidade individual, mas também é uma questão relacionada com a nossa liberdade”, vinca. A vida dos não-vacinados vai passar a ser diferente, reconhece, esclarecendo que “é preciso reconhecer a boa cidadania”.

Certificado ou PCR para entrar em quase todo o lado

Além disso, Emmanuel Macron anunciou um novo pacote de medidas essencialmente para incentivar a vacinação e para não prejudicar a economia. Assim, o certificado digital que comprova a vacinação (ou, em alternativa, um teste negativo PCR com validade de 48 horas) vai passar a ser usado para ir ao cinema, a restaurantes, a centros comerciais, a comboios e viagens longas de autocarros. 

A partir do início de agosto, o certificado digital vai ser usado em cafés, restaurantes, centro comerciais, lares e também em aviões, comboios, e autocarros de longo curso. Apenas os vacinados e as pessoas que testaram negativo poderão aceder a estes locais quer sejam clientes ou empregados”, indica Macron.

Por outro lado, os testes PCR vão deixar de ser comparticipados pelo ministério da Saúde a partir do meio de outubro. Um possível reforço da inoculação em setembro — e uma possível terceira dose — está ainda a ser estudada.

No início do ano letivo, haverá uma campanha para que estudantes desde o terceiro ciclo até o ensino secundário serão vacinados em setembro, anunciou ainda Macron.

O Presidente francês insistiu que o mundo vai ter de “aprender a viver com o vírus”, que estará provavelmente ainda estará presente “durante muitos meses do ano 2022”.

O tema da obrigatoriedade da vacinação a profissionais de saúde está já a ser discutido pelas autoridades sanitárias francesas há algum tempo como sendo uma medida para enfrentar a variante Delta.

Uma mulher de 39 anos, Johanna Cohen-Ganouna, pediu uma indemnização ao primeiro-ministro francês após o pai ter ficado infetado com Covid-19 no hospital e ter morrido na sequência de complicações da doença.

“Espero que a vacinação passe a ser obrigatória para os profissionais de saúde que lidem com pacientes imunodeprimidos”, afirmou a mulher.

“É um crime”. Mulher pede indemnização ao primeiro-ministro francês após pai ter contraído Covid-19 no hospital e ter morrido da doença