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"King Richard". A história de Venus, Serena e o pai que acreditou nas irmãs Williams campeãs

Este artigo tem mais de 2 anos

É o nome do pai que está no título, mas “King Richard – Para Além do Jogo” é um biopic sobre uma família, uma história de vitórias ao estilo de Hollywood. Falámos com o elenco e a produção.

Will Smith (no centro da foto) interpreta Richard Williams, o pai de cinco filhas, entre elas Venus e Serena
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Will Smith (no centro da foto) interpreta Richard Williams, o pai de cinco filhas, entre elas Venus e Serena

Will Smith (no centro da foto) interpreta Richard Williams, o pai de cinco filhas, entre elas Venus e Serena

“Família” é palavra que se ouve muitas vezes na tarde de domingo em que acontece a conferência de imprensa virtual que reúne o elenco principal de “King Richard – Para Além do Jogo”. Realizador, argumentista, produtores e, claro, Venus e Serena Williams entre os presentes, naquilo que a presença virtual permite. O local? Um court de ténis. Cenário mais do que apropriado para falar de um filme que conta a história do pai das manas Williams, mas que também é sobre elas, as irmãs, a mãe, a família. O filme de Reinaldo Marcus Green estreia-se nas salas portuguesas esta quinta-feira.

Dizíamos que este é um filme sobre todas estas pessoas, sobre uma família grande. Mas é o nome do pai que está no título. Trevor White, um dos produtores executivos, tem uma forma mais emocional de colocar a questão: “Esta é a história mais incrível sobre um treinador. Só que os Williams são mais do que isso, são uma família cheia de amor, e esta é uma história sobre como o amor mantém todos os sonhos vivos.” Há imagens de Richard Williams gravadas na memória de alguns dos presentes, Tim White fala do cartaz que Richard levantou num torneio em 1999 a dizer “eu bem vos disse”: “era uma procura incansável de um sonho”, conclui Tim White.

Will Smith, que interpreta Richard Williams, também tem as suas memórias. Há uma cena em particular que lhe ficou na retina, quando há cerca de vinte anos estava a ver na televisão uma entrevista de Venus em que a tenista é interrompida pelo pai: “O Richard era o leão que a protegia, não iria deixar que ninguém lhe tocasse. Queria retratar um pai a defender uma filha assim.” Obviamente que essa cena está no filme, feita segundo o livro de estilo para aquilo que poderíamos classificar de “cenas marcantes”.

[o trailer de “King Richard”:]

Não é a primeira vez que Will Smith interpreta um pai, mas a estreia de “King Richard” acontece num momento oportuno, quase em simultâneo com o lançamento da sua autobiografia – simplesmente intitulada Will, e que já está disponível em português, com edição da Albatroz –, em que relata um momento que o transformou para sempre: quando, com nove anos, viu o pai agredir a mãe. A educação que Richard deu às filhas é diferente daquela que Will recebeu: “O meu pai era militar. Eu não tinha opinião. Fazia o que era suposto fazer. Isso até pode ter as suas vantagens em determinadas situações, mas… como dizê-lo… era muito diferente disto.”

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E quanto a Richard? Que educação foi a que este pai deu às filhas? O espectador fica a conhecer pormenores logo nos primeiros minutos do filme; não tanto de uma educação, mas de um plano. Richard Williams traçou um caminho para as suas duas filhas mais novas, Venus e Serena. Queria que elas fossem campeãs de ténis, que fossem as primeiras afro-americanas a conquistar o número 1 do ranking. Ele e a mulher, Oracene Williams, ensinaram-lhes tudo o que sabiam, estudavam o desporto e passavam os ensinamentos para as filhas. “O fogo já estava nelas, os país só iam fornecendo o combustível necessário. Eles não as pressionavam, alinhavam-nas para o que elas queriam fazer. Esse é talvez o grande truque jedi que aplicaram na sua educação.”, argumenta com entusiasmo Will Smith.

Venus e Serena tornaram-se duas das melhores desportistas de sempre. Mas as outras três filhas não ficaram esquecidas, foram estimuladas a estudar, a fazer a carreira que queriam. “Perceberam a nossa família, retrataram a forma como nós fomos”, conta Venus Williams; a irmã, Serena, deixa a dica que as fez alcançar aquilo que para a maioria é inalcançável: “Tens de acreditar em ti mesmo. O céu é o limite. Não tens de ter medo de colocar os teus objetivos lá em cima.” E Venus completa: “O tempo que gastas a duvidar de ti, podes usá-lo para acreditar em ti.”

“King Richard – Para Além do Jogo” relata de uma forma muito cativante todo este processo de conquista interior, antes da vitória extrena. Desde os treinos das irmãs nos ringues de ténis do Compton, em Los Angeles, à insistência que o pai fazia junto de treinadores profissionais para aceitarem as filhas de graça nos seus programas. Tony Goldwyn, que interpreta Paul Cohen, treinador de Pete Sampras, que aceitou treinar Venus de graça, conta que nas conversas com Paul “ele transmitiu muita admiração pelo Richard, era notável o modo como ele defendia as filhas.”

O filme quer fazer o público crer que o plano de Richard Williams era real, verdadeiro e inclusivo. Ou seja, que não era o delírio de um homem fora de pé

Richard era obcecado com o plano traçado e seguia-o à risca. Por vezes, durante o filme, é difícil aceitar as decisões e a teimosia. Há uma convicção exacerbada de que tudo iria funcionar e uma confiança inabalável no caminho projetado para o futuro de Venus e Serena. “Ter o Will Smith a interpretar o meu pai elevou tudo para um outro nível”, diz Serena a dado momento. Will Smith é uma referência dentro e fora do ecrã e, segundo o elenco, também durante as gravações. Os atores falam eloquentemente de como ele protegia toda a gente, sobretudo as jovens atrizes que interpretam as tenistas enquanto jovens, Saniyya Sidney (Venus) e Demi Singleton (Serena).

O próprio Will Smith lembra outros detalhes fundamentais do filme, em que a dificuldade de concretização representou um enorme desafio: “Elas tiveram de aprender a jogar ténis replicando as melhores tenistas do mundo. Há jogadoras profissionais que não conseguem fazer isso. Mais: como a Saniyya é canhota e teve de aprender a jogar como a Venus, que é destra. Ela aprendeu a jogar com o braço direito. Imitou uma das melhores tenistas de sempre com o braço que não lhe é natural.” E são convincentes ao longo de todo o filme. O segredo? “Tudo o que fizemos era real. Era a história delas e não a nossa.”, conta Demi Singleton.

“Eu bem vos disse.” Ao fim de duas hora e meia, é facílimo ficar rendido à história das Williams e à convicção do pai Richard. Enquanto filme de desporto, “King Richard – Para Além do Jogo” tem a mistura certa de ingredientes. E tem um homem com um plano, que quer convencer o mundo inteiro da sua certeza. O filme tem a mesma responsabilidade: fazer o público crer que o plano de Richard Williams era real, verdadeiro e inclusivo. Ou seja, que não era o delírio de um homem fora de pé. E consegue-o. Afinal, é mesmo mais sobre a família Williams do que sobre Richard. Ah, e já sabemos como isto acaba.

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