“Muito obrigado a todos. E não se esqueçam de trazer o 12.º jogador amanhã [sexta-feira]”. A relação entre o selecionador Carlos Queiroz e a imprensa do Egito não era fácil e pior foi ficando na fase de grupos da Taça das Nações Africanas depois da derrota a abrir com a Nigéria e do triunfo pela margem mínima frente à Guiné-Bissau no jogo seguinte. Porque faltavam jogadores que todos acreditavam que deveriam estar na lista, porque a equipa jogava sem número 10, porque era demasiado defensiva. O técnico português ainda foi respondendo nas conferências antes de começar a “responder” em campo. Com o apuramento para a fase a eliminar, com a eliminação da Costa do Marfim, com o afastamento de Marrocos, com a vitória diante dos Camarões. Só na final com o Senegal caiu e nas grandes penalidades que antes tinham redundado em triunfos. Agora, era a hora da “vingança”. E do grande objetivo do treinador, mais até do que ganhar a CAN.

A Spider Web Strategic chegou para os penáltis mas não deu para o título: Egito de Queiroz perde final da CAN com Senegal

“Chegou a nossa final do Mundial. Desde o primeiro dia aqui referi que este playoff era o nosso principal objetivo. Temos que o encarar e não temos nada a perder. Neste playoff vamos jogar a nossa final do Campeonato do Mundo ao longo de 180 minutos, para decidir quem estará no Qatar. Queremos desfrutar do momento e das nossas hipóteses de qualificação. Será difícil mas também será difícil para o adversário. Queremos fazer o máximo desta oportunidade e para isso temos que estar bem preparados para enfrentar um grande adversário. Felizmente, temos um excelente grupo de jogadores comprometido no serviço à equipa nacional. Queremos maximizar a experiência ganha na Taça das Nações Africanas. E contamos com os adeptos como 12º jogador. Os adeptos terão um papel especial no jogo”, referira no lançamento do jogo.

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“Tenho visto o entusiasmo e o foco dos jogadores e isso pode conduzir-nos aos nossos objetivos. Temos um grupo de 23 jogadores preparados mas o playoff não será um jogo, nada ficará decidido aqui. Teremos que estar preparados para a segunda parte no Senegal. Os nossos adeptos não serão um fator de pressão, serão o 12.º jogador, estarão ao nosso lado. No futebol nada é fácil, a tarefa dos jogadores não é fácil e os adeptos são a sua fonte de inspiração. O Senegal é o campeão africano. Têm esse facto a favor, concede-lhes favoritismo e retira-nos a pressão. Mas temos um grupo de jovens que estarão preparados e que serão jogadores muito importantes para o Egito nos próximos cinco ou seis anos. Mentalmente seremos melhores do que o Senegal se estivermos unidos como uma família. Queremos marcar golos e continuar com a nossa boa performance defensiva. As melhores equipas têm sempre um bom equilíbrio”, acrescentara.

Antes tinha havido Congo-Marrocos (1-1), Camarões-Argélia (0-1, com um golo de Slimani, avançado do Sporting, que pode ser decisivo) e Mali-Tunísia (0-1), à mesma hora jogava-se o Gana-Nigéria (0-0), mas era no Estádio Internacional do Cairo que estavam colocados todos os holofotes até por haver um possível reencontro entre os companheiros de Liverpool Mo Salah e Sadio Mané, protagonistas da última final da Taça das Nações Africanas decidida nos penáltis após o nulo em 120 minutos. E desta vez foi o egípcio que levou a melhor, com um triunfo por 1-0 que coloca a equipa a um empate da qualificação para o Mundial, que no caso do português Carlos Queiroz, que já é o técnico no ativo com mais apuramentos, seria já a quinta, quarta consecutiva entre África do Sul em 2002, Portugal em 2010 e Irão em 2014 e 2018.

O encontro começou praticamente com o golo do Egito, neste caso um autogolo de Saliou Ciss que levou com a bola após um remate de Salah à trave ainda desviado pelo guarda-redes Edouard Mendy (4′). O Estádio Internacional de Cairo tornava-se um autêntico vulcão e os senegaleses acusavam a desvantagem e também o ambiente, entre mais uma baixa para Queiroz como tinha acontecido várias vezes na CAN desta vez com o central Monem a ter de ser substituído após um lance no ar que o deixou a sangrar do nariz. Sadio Mané, numa jogada individual em que tirou três adversários da frente, ainda tentou o empate mas o remate saiu por cima, sem que nenhuma equipa conseguisse aproveitar os muitos lances de bola parada ganhos.

O segundo tempo teve uma história diferente, com o Senegal a apertar o cerco junto à área do Egito e a tirar quase por completo as tentativas de saída em transição dos visitados entre um remate de Mané para defesa de Elshenawy e um cabeceamento de Diedhiou que ainda deu a sensação de golo mas bateu nas malhas laterais. Aos poucos, com o apoio do público, o Egito equilibrou o jogo e teve mesmo uma boa oportunidade depois um canto com o remate acrobático de Mohamed a bater num companheiro a caminho da baliza mas foi o Senegal de novo a carregar no final, com Ismaili Sarr a ver Elshenawy de novo a segurar a vantagem.

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