A Web Summit terá um evento novo no Rio de Janeiro, cuja primeira edição se realizará entre 1 e 4 de maio de 2023. O anúncio foi feito esta terça-feira em conferência de imprensa virtual pelo cofundador e CEO da feira de tecnologia, Paddy Cosgrave, que destacou o “entusiasmo” em organizar “a primeira Web Summit fora da Europa”. Portugal mantém-se, no entanto, país anfitrião do evento principal.
O Rio de Janeiro foi apresentado como um centro de startups que tem vindo a ganhar “reconhecimento internacional”, contando já com 21 unicórnios — empresas avaliadas em mais de mil milhões de dólares ou cerca de 950 milhões de euros. “O Brasil é um gigante adormecido há algum tempo, mas está a ganhar força e a acelerar”, garantiu Paddy Cosgrave, que se confessou “apaixonado” pelo Rio.
O presidente da Câmara do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também esteve presente na conferência de imprensa e disse que a ideia é “replicar o sucesso da conferência em Lisboa” para que a cidade brasileira se “consolide como um hub para a inovação na América Latina”. “Vemos a Web Summit como um grande momento e um momento de viragem para o Brasil”, afirmou. O evento vai decorrer no centro de convenções Riocentro, na zona da Barra da Tijuca, onde são esperados mais de 100 mil participantes de todo o mundo.
O gigante adormecido está mesmo a tentar acordar”, assegurou Eduardo Paes. A Câmara do Rio não irá investir diretamente no evento, que será patrocinado pelo Senac, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial.
A realização da Web Summit na cidade brasileira não colocará em causa a realização do evento principal, que continuará a ser em Portugal entre os dias 1 e 4 de novembro.
Estamos absolutamente comprometidos com Portugal. Portugal não precisa de se preocupar. A Web Summit em Lisboa tornou-se especial e vai lá ficar durante muito tempo”, disse Paddy Cosgrave em resposta ao Observador, na conferência.
Portugal assinou em 2018 um contrato de 10 anos com a organização com um investimento anual de 11 milhões de euros. Lisboa acolhe então o evento principal da Web Summit até 2028, mas o empresário destacou a possibilidade de se manter no país para além desse ano. Quando ao evento no Rio de Janeiro, a “parceria” é de três anos, mas também poderá existir um “prolongamento” do acordo.
O Estado português e Lisboa comprometeram-se a duplicar o espaço da FIL, onde o evento decorre desde 2016, até 2022, mas o prazo para um acordo entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Fundação AIP terminou sem nenhuma decisão. Todavia poderão existir novidades, uma vez que na conferência desta terça-feira Paddy Cosgrave disse que a organização da Web Summit pretende utilizar “o novo local [na capital portuguesa] nos próximos anos”. O Observador não conseguiu rebater esta resposta com uma nova questão para obter esclarecimentos, uma vez que a participação na conferência de imprensa era limitada.
Câmara de Lisboa e dona da FIL não terão chegado a acordo. Web Summit pode estar em risco?
“Não haverá uma compensação” às autoridades locais pela utilização do nome Web Summit noutra localização que não Portugal. Os eventos em si serão “muito diferentes”, nomeadamente em termos de tamanho. A expectativa é que “o número de brasileiros a ir a Portugal aumente” e que também “muitos portugueses e europeus utilizem a Web Summit Rio para irem ao Brasil”.
Paddy Cosgrave reconheceu também que nos próximos anos poderão ser anunciados outros eventos regionais, como, por exemplo, em África, na Ásia e no Médio Oriente. “Queremos ser uma marca mundial”, garantiu.