A Associação para a Promoção e Proteção Ambiental dos Açores (APPAA) alertou neste domingo para situações que configuram “atentados à lei” que protege a reserva natural da Lagoa do Fogo, em São Miguel, tendo solicitado esclarecimentos ao Governo Regional.
Num comunicado enviado às redações aquela associação denuncia situações de estragos na vegetação endémica na reserva natural da Lagoa do Fogo, um dos pontos turísticos da ilha de São Miguel, assim como a utilização de uma embarcação com motor, prática interdita, documentando com fotos.
“Como é sabido, está interdita a utilização de barcos com motor nas Lagoas da Furnas e Sete Cidades. Na Reserva Natural da Lagoa do Fogo é interdita a prática de quaisquer atividades náuticas e mesmo nadar, ou tomar banho. Como se explica a utilização de uma embarcação com motor nesta Lagoa?”, lê-se no comunicado assinado pelos sócios fundadores da APPAA, Marta Couto e Luís Noronha.
Ainda de acordo com a associação, “o atraso na concretização do projeto” de ordenamento do miradouro mais visitado da Lagoa do Fogo tem “mantido o descontrolo neste local da encosta norte, à semelhança do acesso pela encosta sul”.
A Secretaria Regional do Ambiente e Alterações Climáticas “apresentou publicamente a alteração ao projeto de ordenamento do miradouro mais visitado da Lagoa do Fogo”, segundo recorda a associação, assinalando que a implementação daquele plano permitirá “a presença de técnicos capacitados” e consequentemente uma maior vigilância e “disciplina no estacionamento de pessoas e veículos”, evitando estragos das espécies vegetais nativas e endémicas.
“Qual a razão para a total falta de controlo neste local e que permite o acesso dos visitantes a locais como as cumeeiras anexas ao miradouro, com a criação de um caminho provocado pelo pisoteio de cada vez maior número de pessoas?”, pergunta a APPAA.
A associação de proteção ambiental pretende ainda explicações sobre “a introdução de uma espécie carnívora, bastante voraz, como é o caso do Achigã, peixe com origem no norte dos Estados Unidos e sul do Canadá nas águas da Lagoa do Fogo”.
A APPAA revelou ainda ter enviado “ao presidente do Governo Regional dos Açores alguns pedidos de esclarecimentos” sobre estas situações “mais recentes que causam perplexidade e preocupação”, considerando que “a falta de vigilância e de critério de gestão estarão na origem de situações insólitas”, alegadamente na reserva natural da Lagoa do Fogo.
Congratulando-se com a decisão tomada pelo Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, “de aumentar significativamente a verba atribuída ao poder local para dispor de meios de limpeza”, a APPAA solicita, no entanto, a “rápida resposta” das autoridades locais para que se possa “ultrapassar estes atentados à lei que protege a Lagoa do Fogo como Reserva Natural”.