O retrato icónico de Marilyn Monroe, do não menos icónico pintor Andy Warhol, foi vendido em leilão por 195 milhões de dólares, cerca de 184 milhões de euros, tornando-se assim na peça do século XX mais cara de sempre.

Antes do começo do evento, em Nova Iorque, a leiloeira Christie’s escrevia, citada pela BBC, que a pintura é “uma das imagens mais raras e transcendentais que existem”.

Com uma estimativa inicial de 200 milhões de dólares, o quadro “Shot Sage Blue Marilyn”, foi licitado em menos de quatro minutos por um comprador anónimo, que segundo a Bloomberg terá sido o negociante de arte Larry Gagosian.

Andy Warhol pintou quatro quadros depois da morte da atriz, em 1962, que ficaram conhecidas como as “Shot Marilyns”, todas do mesmo tamanho, e com fundos de cores diferentes.

O recorde atingido pelo quadro de Warhol, de 1964, foi anunciado pela Christie’s através de uma publicação no Instagram.

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“O quadro Shot Sage Blue Marilyn de Andy Warhol quebrou o recorde de obra de arte mais cara do século XX vendida em leilão”, pode ler-se na publicação.

Em comunicado, Alex Rotter, especialista da leiloeira, afirmou que esta “é uma grande conquista e um testamento à força, energia e entusiasmo generalizado do mercado da arte atualmente”.

Para o especialista, a pintura de Marilyn é o auge absoluto do pop americano e da promessa do sonho americano, ao reunir simultaneamente “otimismo, fragilidade, celebridade e iconografia”.

A pintura de Warhol ultrapassou o anterior recorde do século XX, detido por Pablo Picasso (1881-1973), com a obra “Les Femmes d’Alger (versão 0)”, que chegou a 179,4 milhões de dólares (169,7 milhões de euros), em 2015.

Também estabeleceu um novo recorde de pintura mais cara de sempre de um pintor norte-americano, anteriormente detido pelo quadro “Sem título” de Jean-Michael Basquiat, leiloado na Sotheby por quase 100 milhões de euros, em 2017.

Quadro de Basquiat leiloado por quase 100 milhões de euros bate recorde de vendas

O recorde absoluto, para lá do século XX, em leilão permanece o de “Salvator Mundi”, atribuído, com alguma disputa, a Leonardo da Vinci, vendido por 450,3 milhões de dólares (426 milhões de euros), em 2017.

A venda, na noite de segunda-feira, marcou o início da temporada de leilões em Nova Iorque, que começou a regressar à normalidade, após dois anos da pandemia de Covid-19. Os eventos da Christie’s são reconhecidos como um símbolo da saúde do mercado de arte e de luxo.

O leilão da coleção de Thomas e Doris Ammann incluiu 36 lotes e alcançou um valor total de 317,8 milhões de dólares, 300,8 milhões de euros. Prossegue no dia 13, com as receitas a reverterem na íntegra para serviços médicos e educativos para crianças.