Depois da vitória no jogo 3, e estando apenas a um triunfo de conseguir a passagem para a final, o Sporting teve na Luz uma oportunidade de ouro de assegurar esse ponto em falta quando chegou à vantagem de 3-1 no início da segunda parte. A seguir, e apenas em dez minutos, o Benfica conseguiu dar a volta, mostrou que tinha ainda uma palavra a dizer na meia-final e levou todas as decisões para uma “negra” no Pavilhão João Rocha onde quem perdesse ficava com a época reduzida a um terceiro lugar sem títulos.

O dérbi da paz teve muito azul e ainda mais verde: Sporting vence Benfica e fica a um triunfo da final do Campeonato

“Acabámos por sentir muito a derrota no jogo 3. O Sporting vinha tranquilo e criou-nos muitos problemas. O 3-1 bloqueou-nos e foi o tudo ou nada. Os níveis de ansiedade subiram e cada um tirou o melhor de si. Conseguimos aproveitar o Sporting com posse mais larga e não objetiva, conseguimos ganhar bolas e sacar faltas. Começámos a marcar os livres diretos e trabalhámos bem o power play“, resumiu sobre esse jogo 4 o técnico dos encarnados, Nuno Resende. “Foram duas equipas a lutar pela vitoria. A terceira equipa também consegue dar grandes espetáculos e alguns têm o condão de se tornarem protagonistas. Quando o são, normalmente as coisas descambam. Os jogadores estão fatigados mas vão apresentar-se na pista a lutar por cada bola, em cada segundo do jogo”, comentou o treinador dos verde e brancos, Paulo Freitas.

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Os pontos em comum entre os dois conjuntos eram muitos, dos castigos “suspensos” ainda no rescaldo de um jogo 2 que marcou o resto da eliminatória (João Souto, Ferran Font, Edu Lamas e Pedro Henriques) ao desgaste físico de algumas unidades fundamentais que ainda assim continuam a dar tudo (Lucas Ordoñez  Gonzalo Romero são exemplos paradigmáticos). No entanto, havia um ponto incontornável nos oito jogos disputados na presente temporada entre Sporting e Benfica entre Campeonato, Taça de Portugal e Elite Cup: quem jogou em casa esteve melhor e ganhou. E esse era o dado que iria nortear a decisão.

Agressões, stickadas, empurrões e mão pesada: Sporting e Benfica com cinco jogadores castigados após dérbi na Luz

No final de um dérbi eletrizante e de resultado imprevisível, foi o Benfica a conseguir quebrar o fator casa do Sporting no prolongamento, vencendo por 7-5 no Pavilhão João Rocha depois de ter sofrido um golo a sete segundos do final do tempo regulamentar e marcando presença na final diante do FC Porto que irá determinar quem será o novo campeão nacional após a eliminação do conjunto verde e branco.

O conjunto encarnado teve um início muito parecido com aquilo que conseguira no jogo 3, sendo eficaz num dos primeiros remates enquadrados que fez na partida apesar do maior caudal ofensivo dos leões e inaugurando o marcador por Diogo Rafael (7′). Mais do que isso, conseguiu depois ter uma melhor gestão dessa vantagem, defendendo de forma coesa e aproveitando as oportunidades para sair em transições com vantagens numéricas como a que valeu o 2-0 a Pol Manrubia após assistência de Nicolia (15′). O Sporting entrava numa fase mais delicada da partida mas um golo de penálti de Romero (17′) relançou a partida para um final de primeira parte eletrizante com Pedro Henriques a evitar por várias ocasiões o empate, Nicolia a aumentar de livre direto a vantagem para 3-1 (24′) e Romero a falhar depois mais um penálti (24′).

O segundo tempo teve um início vertiginoso por culpa do Sporting, que entrou com tudo para voltar ao jogo e chegou mesmo ao empate com um grande golo de Ferran Font com uma picadinha por trás da baliza (29′) e um remate de Verona (30′). E a reviravolta podia mesmo ter surgido pouco depois, com Font a falhar um livre direto pela décima falta dos encarnados (31′). No entanto, e depois da má reentrada na partida, o Benfica voltou à liderança do marcador por Pablo Álvarez (37′) e marcou logo de seguida o 5-3 por Lucas Ordóñez numa altura de power play por cartão azul a Platero (38′). Entre mais alguns azuis e livres diretos falhados, Romero reduziu a quatro minutos do final e o “milagre” surgiu a sete segundos dos 50′, antes de um tempo extra onde o golo de Edu Lamas acabou por ser decisivo para o desfecho (55′) antes do bis em cima do final do encontro quando o Sporting já jogava com cinco jogadores de campo (60′).