Com a chuva sempre presente, a música voltou a soar, às 14h00 desta terça-feira, no palco principal do festival de Paredes de Coura, no Alto Minho, dois anos depois de uma paragem forçada por causa da pandemia da Covid-19.

Os The Lemon Lovers foram a primeira banda a subir ao palco principal da 28.ª edição do Paredes de Coura, mas o “Couraíso”, como muitos gostam de lhe chamar, esteve debaixo de chuva ininterrupta, levando os festivaleiros a entrar no recinto munidos de impermeáveis com capuzes.

É definitivamente um Couraíso! Estejam 30 graus com sol, ou 15 graus e a chover torrencialmente é sempre um Couraíso”, considerou Teresa Valério, natural de Lamego, que está no seu oitavo Paredes de Coura.

Teresa recorda ter apanhado chuva noutras edições, mas assume que nada “para um campista”.

Sobre a paragem de dois anos de Paredes de Coura por causa da pandemia, Teresa Valério disse que foi uma “pausa complicada” e acredita que todos estão “a precisar deste retorno”.

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Sem dúvida que esta edição vai ter um sabor especial”, disse, satisfeita por ver o festival “evoluir” na oferta de melhores condições para os festivaleiros e campistas, e ansiosa para ver L’Imperatrice e Pixies, e para descobrir novas bandas.

Por seu lado, Rita Tavares é uma estreante no Paredes de Coura e considera a chuva “fixe”.

“Para estrear, é fixe e cumpre-se a tradição com uma chuvinha no Paredes de Coura. É o meu primeiro Paredes de Coura, mas acho que está a ser boa esta primeira sensação”, confessa, olhando para o amigo João Oliveira, que concorda.

Sobre a abertura do Paredes de Coura com The Lemon Lovers, Rita acha que a banda funciona “muito bem com a chuva”.

Hoje é o nosso dia favorito. Tem muitas bandas portuguesas que gostamos e acho que estão a abrir muito bem neste cenário”, conclui.

Questionado sobre como corre a vida de campista com a chuvada, João Oliveira diz que está ser “inesperado”, mas “muito bom”.

“A chuva estava a assustar-nos um bocado, mas está a trazer esta sensação de novidade […]. Está a ser super divertido, super agradável. O ambiente de campismo é excelente. É uma comunidade mesmo tranquila”, classifica.

Benjamim, Samuel Úria, Rita Vian, Conjunto Corona, Sam The Kid, Linda Martini e Pixies são as bandas que Rita e João mais anseiam ver.

Vestidos com impermeáveis e chapéus coloridos, João Maia e Carolina Reis assumem que está a ser um pouco complicado montar a tenda com a chuva, mas garantem que a intempérie não os vai dissuadir de ver os concertos.

“É um espaço em que eu gosto muito de vir estes dias em agosto para refletir, para aproveitar, e para me isolar do mundo urbano, porque passo lá quase o ano inteiro. É muito bom vir para cá”, conta João Maia, que elege os Beach House como a sua banda preferida nesta edição.

Carolina Reis quer muito ver Idles, Pixies e várias bandas portuguesas e, por essa razão, veio à abertura do festival, que dedica o primeiro dia à música portuguesa.

Equipado com casaco e chapéu na cabeça para se proteger da chuva, Gonçalo Martins conta que veio de Lisboa para o seu primeiro Paredes de Coura e quer, principalmente, conhecer novas bandas, embora Pixies seja a banda de eleição.

“O pessoal está um bocado com medo da chuva, mas eu acho que vai ser giro. É outra cena”, declara, apressado, a segurar três copos de cerveja nas mãos para se juntar aos amigos.

O primeiro dia em pleno do festival está recheado de bandas nacionais. You Can’t Win Charlie Brown (18h30), Samuel Úria (19h00), Linda Martini (20h30), Mão Morta (22h00), Bruno Pernadas (22h45) ou Sam The Kid com Orquestra e Orelha Negra (22h30) são algumas das bandas previstas para o alinhamento do primeiro dia festival.

Depois da atuação do Conjunto Corona (00h30), a música continua a soar pela noite dentro com Moullinex (01h15) ou o Conjunto Cuca Monga (02h30).

Até sábado, vão passar pelo Paredes de Coura The Blaze, Porridge Radio, Arlo Parks, L’Impératrice, Turnstile, Beach House, Pixies, Idles, Parquet Courts, Arp Frique & Family, entre muitos outros.