Se utiliza a aplicação da EMEL — EMEL ePark — para pagar pelo estacionamento do seu carro, deverá ter reparado que o serviço está a registar “dificuldades de acesso” e a funcionar “de forma intermitente”. Os problemas, que vão desde a dificuldade de login à impossibilidade de escolher uma zona de estacionamento, começaram “no início do mês de setembro” e ainda não estão resolvidos.
Uma fonte oficial da empresa explica, em resposta escrita ao Observador, que as dificuldades derivam “de um problema de um crescimento de carga do sistema informático associado a picos de utilização” e que a expectativa é que “nos próximos dias” o acesso à aplicação fique regularizado.
A EMEL garante que avisou os seus clientes sobre a instabilidade do serviço através das redes sociais, do seu site e das aplicações, onde colocou uma mensagem a garantir estar a trabalhar para “normalizar os serviços com a maior rapidez possível” e pediu desculpa aos utilizadores pelo “incómodo” causado. Esses alertas, como aquele que foi publicado no Instagram, datam apenas desta quarta-feira —, mas a empresa frisa que tem vindo a “publicar as mensagens”, que são “retiradas” quando o sistema fica “regularizado” e novamente publicadas em caso de falhas.
Enquanto a resolução da instabilidade é aguardada, existem utilizadores que já foram multados por não conseguirem pagar o estacionamento na aplicação? Questionada pelo Observador, fonte oficial da EMEL respondeu somente que “existem alternativas de pagamento de estacionamento tarifado na cidade de Lisboa. Para além da APP ePark, o estacionamento pode ser pago através de outras quatro aplicações de parceiros EMEL e através dos parquímetros”. São elas a Via Verde Estacionar, Telpark, paySimplex e Easypark.
O Observador colocou ainda o seguinte cenário em cima da mesa: um utilizador deixa o seu carro em Alvalade para, depois, apanhar transportes públicos para o local de trabalho, que fica na zona do Oriente, em Lisboa. Com a aplicação em baixo e a quilómetros do carro (não conseguindo assim pagar através dos parquímetros) que solução apresenta a EMEL a este cliente?
A resposta da empresa é a seguinte: “Tratando-se de um cenário hipotético, parece-nos pouco verossímil que uma pessoa deixe a sua viatura numa zona de estacionamento tarifado um dia inteiro de trabalho. Essa situação enquadra-se num estacionamento de longa duração que deve privilegiar o estacionamento em parques. A EMEL tem 37 parques por toda cidade, a maior parte com possibilidade de avenças ou bilhete diário. Para a maioria das utilizações, esta é sempre uma opção mais económica. Além disso, tal como referido na resposta anterior, o estacionamento pode ser pago através de outras quatro aplicações de parceiros EMEL”.
Numa outra perspetiva, se o cliente não tiver nenhuma das aplicações alternativas e se todos os parquímetros da zona estiverem avariados, como é que deve proceder? A EMEL diz ao Observador que, nesse caso, “a fiscalização terá de reportar essa situação” para que a empresa possa tomar uma decisão “em conformidade”.
A EMEL declara que os períodos de dificuldades de acesso como os que se têm registado “são imediatamente detetados pela equipa de suporte técnico EMEL, mesmo antes do reporte dos utilizadores”. Durante “os períodos de instabilidade do sistema regista-se efetivamente um aumento dos contactos telefónicos, ainda que face ao número de utilizadores/clientes das aplicações EMEL este número de contactos seja residual”.
Isto acontece porque os clientes podem notificar a empresa dos problemas que registam através “das aplicações da EMEL” que têm “elas próprias canais de comunicação entre o utilizador e a EMEL” ou através do atendimento telefónico (211163060)”. Contudo, o Observador tentou várias vezes, por largos minutos, reportar as dificuldades de acesso à aplicação através do telefone e não obteve qualquer resposta.
Se tiver dinheiro na aplicação EMEL ePark e quiser encerrar a sua conta face às dificuldades de acesso, a empresa garante que existe um “procedimento para a restituição do saldo”.