A possibilidade estava em cima da mesa há algumas semanas, a primeira resposta acabou por ser nem sim, nem não. Tal como acontecera no final da última temporada, quando pediu apenas uma semana para ver as possíveis opções em termos de futuro e aquilo que podia significar a sua continuidade no projeto do Sporting em 2022/23, Rúben Amorim ouviu da parte de Frederico Varandas a vontade de prolongar o atual vínculo e pediu para que qualquer decisão fosse apenas analisada durante a paragem das competições nacionais pelo Mundial. O momento chegou e aquilo que chegou a parecer mais complicado do que em 2021 acabou mesmo por acontecer: o técnico chegou a acordo para prolongar o contrato por mais dois anos, até 2026.
“Gosto mesmo muito de estar cá. Podia ter saído mesmo em grande, podia ter saído bem nesta fase, sei que é um risco grande, mas gosto mesmo de estar cá, portanto vale a pena. Sei das noites em que não vou dormir, vou ter muitas alegrias e muitas desilusões, mas o principal é que eu gosto de trabalhar aqui e o impacto que tive junto dos adeptos. Na última fase, tentei mostrar às pessoas que estava disponível a sair se isso fosse o melhor para o clube, mas senti o contrário, que as pessoas gostam muito que eu esteja cá. Eu gosto de cá estar e juntou-se a fome com a vontade de comer”, tinha referido Rúben Amorim no programa ADN de Leão (que há muito o procurava). “É mais provável renovar por mais anos do que voltar aqui”.
“Para qualquer treinador é muito importante receber a confiança de um clube quando ainda se tem contrato e principalmente no pior momento que vivemos enquanto treinadores do Sporting. No pior momento, o facto de a Direção demonstrar interesse em renovar comigo com maior duração é um sinal de grande confiança. Mesmo com os problemas que todas as famílias têm, conseguimos resolver e estamos prontos para mais um ciclo muito difícil de três anos. Quero agradecer e dizer a todos os Sportinguistas que vão ser três anos difíceis, sabemos isso. Vamos ter muitas alegrias e, por vezes, desilusões também. Vamos fazer tudo para que o Sporting seja um clube muito melhor daqui a três anos. Agradeço a confiança, estou muito feliz e estou no sítio onde quero estar”, referiu depois, citado pelo site oficial do clube.
“É sobretudo um dia muito feliz para o Sporting. Contratámos Amorim em março de 2020, hoje estamos em novembro de 2022 e acabámos de renovar até junho de 2026. Demonstra muito como hoje se trabalha no Sporting: com discrição, eficácia e rumo. É um fortíssimo sinal de como o Sporting é um clube forte e estável. A estabilidade será sempre a base de todo o sucesso. Vai obrigar a que as pessoas se revejam no projeto desportivo e que haja confiança extrema entre ambas as partes. Por isso, enquanto presidente do Sporting, posso dizer que estamos muito felizes por termos contrato até 2026 com um dos melhores treinadores do mundo e poder fazer crescer o Sporting”, salientou Frederico Varandas ao canal do clube.
De recordar que Rúben Amorim chegou a Alvalade em março de 2020, com o Sporting a pagar a cláusula de dez milhões de euros que tinha com o Sp. Braga (o acordo depois ficaria por valores superiores mas já está nesta fase totalmente pago). Em março de 2021, quando os leões lideravam o Campeonato que viriam mesmo a confirmar quebrando um jejum de 19 anos sem o principal título nacional, o técnico prolongou o seu vínculo até 2024, vendo o vencimento e os prémios por objetivos melhorados com uma cláusula de rescisão de 30 milhões de euros. Agora, menos de três anos depois da chegada ao conjunto verde e branco, a ligação aos leões ficou com mais dois anos até 2026. O acordo já foi oficializado na CMVM.
“A Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD, vem, nos termos e para efeitos do cumprimento da obrigação de informação que decorre do disposto no Regulamento (UE) n.º 596/2014, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de abril e no Código dos Valores Mobiliários, informar o mercado que renovou o contrato de trabalho celebrado com o treinador Rúben Amorim por mais duas épocas desportivas, ou seja, até 30 de junho de 2026″, anunciou a sociedade verde e branca no comunicado enviado à Comissão.