Évora, Lisboa, Porto acolhem este fim de semana iniciativas promovidas por vários movimentos para assinalar o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada e recordar um problema que só no primeiro semestre deste ano provocou 233 mortos.

Para comemorar a efeméride, que se assinala no domingo, associações como a Liga de Associações Estrada Viva, a Associação Gare e a Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBI) promovem a partir de este sábado iniciativas que vão desde marchas lentas, exposições ou debates.

Este sábado de manhã, uma passadeira formada com pessoas cobertas de lençóis brancos para evocar as vidas humanas que se perdem injustamente nas estradas será colocado no Campo Grande, em Lisboa, no local onde foi atropelada uma jovem de 16 anos que atravessava a rua numa passadeira com a bicicleta pela mão, diz a organização em comunicado.

“Até hoje nada foi feito para acalmar o tráfego e impedir o excesso de velocidade naquele eixo e em muitas outras ‘vias rápidas’ criminosas dentro da cidade”, lamentam os organizadores.

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No Porto haverá também este sábado uma ação numa passadeira e no domingo uma Marcha pelas Vítimas da Estrada, partindo da Rotunda da Boavista.

Mas é Évora que acolhe, no domingo, a Cerimónia Nacional do Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, com uma missa, seguida de concentração e marcha lenta da Praça do Giraldo ao Jardim da Memória.

Enquadrado na Década Global de Ação para a Segurança Rodoviária 2021-2030, promovida e inaugurada recentemente pela Organização Mundial da Saúde, o tema internacional da campanha do Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada deste ano é a Justiça, sob o mote geral do Dia “Lembrar, Apoiar, Agir”.

A Estrada Viva aproveita para lembrar que reclama há mais de 20 anos junto dos poderes legislativo, executivo e judicial para que sejam encaradas medidas de saúde pública, nomeadamente a criação de gabinetes de crise para apoio às vítimas e famílias.

Dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) divulgados a 28 de setembro passado indicam que no primeiro semestre deste ano o número de vítimas mortais aumentou 11,5% face a 2022 e o de acidentes 9%.

Os 16.419 acidentes registados nos primeiros seis meses do ano provocaram 233 mortos, 1.120 feridos graves e 19.092 ligeiros.

No mesmo período ocorreu uma média diária de 12 atropelamentos, que resultaram em 32 mortos, mais cinco do que no ano anterior, num total de 2.190 atropelamentos, mais 9,9% face ao período homólogo.