“Pedimos a todos que respeitem a liberdade e segurança da navegação marítima”, afirmou o ministro Vivian Balakrishnan, a propósito da crise no Mar Vermelho, onde os rebeldes Huthis, do Iémen, intensificaram os ataques desde o início do conflito entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, em 07 de outubro.

Em entrevista conjunta à Lusa, DN e TSF, Balakrishnan, que termina este sábado uma visita oficial a Portugal, salientou que esta não é uma posição política.

“Não é um ponto político, não se trata de tomar partido. Isto não é sobre a natureza do conflito. Queremos liberdade e segurança da navegação e acreditamos que esta é uma responsabilidade de todos nós e é do interesse coletivo”, sublinhou.

O ministro dos Negócios Estrangeiros recordou que a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar estipula que, ao contrário de outros meios de transporte, um navio é livre de circular para qualquer parte do mundo, “e isto é um ponto fundamental”.

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Balakrishnan referiu que “certos estreitos são críticos para a navegação internacional” e o canal do Suez, que dá acesso ao Mar Vermelho, permite o caminho mais curto entre a Europa e a Ásia.

“O Mar Vermelho é crítico, tão crítico como o Estreito de Malaca ou o Estreito de Singapura são para nós, e não apenas para nós, mas para a comunidade internacional”, afirmou, sublinhando que, para nações marítimas como Portugal ou Singapura, a navegação “é uma questão crítica”.

O volume do comércio portuário de Singapura é três vezes superior ao produto interno bruto (PIB) do país, ilustrou.

Esta semana, Singapura subscreveu, juntamente com outros 11 países, incluindo os Estados Unidos da América e o Reino Unido, uma posição que foi descrita pela administração norte-americana como um último aviso aos Huthis.

“Que a nossa mensagem seja agora clara: apelamos ao fim imediato destes ataques ilegais e à libertação de embarcações e tripulações detidas ilegalmente”, afirmaram os países no comunicado.

“Os Huthis arcarão com a responsabilidade pelas consequências caso continuem a ameaçar vidas, a economia global e o livre fluxo de comércio nas vias navegáveis críticas da região”, por onde passa cerca de 15% do comércio mundial, advertiram ainda.

Cerca de 15% do comércio marítimo mundial, recordam os subscritores, atravessa o Mar Vermelho, “incluindo 8% do comércio mundial de cereais, 12% do comércio marítimo de petróleo e 8% do comércio do gás natural liquefeito”.

Os rebeldes, envolvidos numa guerra civil com o governo internacionalmente reconhecido do Iémen desde 2014, afirmaram que lançaram os ataques a navios no mar Vermelho para pôr fim à ofensiva de Israel na Faixa de Gaza, em solidariedade com o Hamas.