A Câmara de Lisboa está a estudar a reconversão do edifício panorâmico de Monsanto num novo equipamento municipal, com instalações para uma concessão ligada ao ambiente e ecologia, uma vez que o custo de reabilitação é “muito elevado”.

“O estudo de viabilidade económica dessa intervenção de reabilitação individualizou os custos de reforço e consolidação estrutural, orçados em cerca de 10 milhões de euros, e os custos de uma operação de reabilitação total, acrescendo-se para tal os custos de intervenção ao nível da arquitetura, orçada em 13 milhões de euros”, indicou o vereador da Estrutura Verde na Câmara de Lisboa, Ângelo Pereira (PSD).

A autarca falava na reunião na Assembleia Municipal de Lisboa (AML), num período dedicado a perguntas à câmara, em que foi questionado pela deputada do PEV Cláudia Madeira sobre o estudo para a reabilitação do edifício panorâmico de Monsanto.

Localizado no parque florestal de Monsanto, o edifício panorâmico tem uma vista de 360º sobre a cidade, num edifício de sete mil metros quadrados, inaugurado em 1968, da autoria do arquiteto Chaves da Costa, com painéis cerâmicos de Manuela Madureira. O edifício já teve vários usos, inclusive foi um restaurante, foi deixado ao abandono durante alguns anos e em 2017 abriu ao público como miradouro, estando desde julho de 2023 encerrado por questões de segurança.

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“Têm vindo a ser desenvolvidos vários estudos na perspetiva da sua reconversão e reabilitação para ser utilizado como um novo equipamento municipal, com instalações para que possa vir também a ser lançada uma concessão ligado ao ambiente, ecologia e sustentabilidade, visto o custo estimado para a sua reabilitação ser muito elevado”, declarou Ângelo Pereira.

Entre os estudos realizados está o da segurança da construção para aferir a viabilidade estrutural do edifício existente, em que “essa viabilidade foi confirmada, havendo a necessidade do reforço estrutural em alguns pontos e renovação total em outros elementos, nomeadamente a pala de cobertura sobre o antigo restaurante”, apontou o vereador.

Sobre a ocupação para reconversão do edifício para uso municipal, está a ser estudada a possibilidade de centralizar os vários serviços dispersos da Direção Municipal de Espaços Verdes, Clima e Energia, em que se inclui a possível construção de um auditório municipal, com a capacidade para 380 pessoas, e uma sala polivalente, com cerca de 360 metros quadrados, para albergar iniciativas diversas, adiantou o autarca.

O responsável pelo pelouro da Estrutura Verde adiantou que se prevê a autosuficiência energética do edifício e a reutilização da água da chuva para usos compatíveis, nomeadamente rega e sanitários.

“Esse estudo também inclui a manutenção da abertura ao público do miradouro do topo do edifício, através do controlo de acessos e horários”, revelou o Ângelo Pereira.

Em avaliação está também o desenvolvimento de “uma concessão ligada ao ambiente e ecologia, num contexto total ou parcial do edifício, tomando a sua inegável valência ambiental, quer pela localização no Parque Florestal de Monsanto, quer pela vista privilegiada que este equipamento tem pela cidade”, acrescentou.

Seja qual for a decisão sobre o futuro uso do edifício panorâmico de Monsanto, a reabilitação do imóvel irá implicar uma intervenção nas infraestruturas viárias de acessos, uma vez que as existentes não comportam o expectável aumento de tráfego automóvel, adiantou o vereador.

Questionado pelo deputado do PS Ricardo Marques sobre a necessidade de um plano de recuperação dos caminhos e mobiliário urbano no parque florestal de Monsanto, Ângelo Pereira disse que está a ser preparado um conjunto de projetos, que serão anunciados em breve, uma vez que este ano “Monsanto vai fazer 90 anos”.